Marinha conclui GUINEX V após exercícios em sete países africanos

Navio de guerra brasileiro navegando no oceano.
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A Fragata “Defensora” deixou o porto de Abidjan rumo ao Brasil, encerrando sua participação na Operação GUINEX V — uma das mais relevantes iniciativas de cooperação naval brasileira no continente africano. Com escalas em Cabo Verde, Senegal, Gana, Nigéria, Camarões, São Tomé e Príncipe e Costa do Marfim, a missão uniu treinamento militar, diplomacia e ação humanitária, fortalecendo o papel do Brasil no Atlântico Sul.

Treinamentos operativos e intercâmbio com marinhas africanas

Soldados armados em navio militar no mar

Durante a GUINEX V, a Fragata “Defensora” conduziu exercícios táticos combinados com marinhas locais, como os exercícios de abordagem (VBSS), controle de avarias, primeiros socorros, e Leap Frog — manobras de aproximação entre navios. Na Nigéria, simulou um navio atacado por piratas, permitindo que o destacamento nigeriano praticasse os protocolos reais de resgate e inspeção. Em Camarões, atuou como embarcação suspeita de imigração ilegal, promovendo ação conjunta com o CNS “Dipikar”.

Outro destaque foi o exercício Light Line com o navio-patrulha “Comandante Bettica”, da Marinha Italiana, demonstrando elevada capacidade de coordenação multinacional. Cada oficina e manobra fortaleceu o adestramento bilateral e elevou a interoperabilidade entre os países do Golfo da Guiné, região crítica para o fluxo de cargas internacionais e foco crescente de pirataria e crimes marítimos.

Diplomacia naval e entrega de donativos como instrumentos de cooperação

Soldados trabalham em equipe no porto.

A GUINEX V também ampliou os laços diplomáticos e humanitários entre o Brasil e os países africanos visitados. Em São Tomé e Príncipe, a Fragata “Defensora” entregou mais de sete toneladas de donativos arrecadados por instituições religiosas brasileiras. Os materiais — roupas, alimentos, brinquedos, materiais escolares e de saúde — beneficiarão diretamente cerca de 800 crianças e garantirão atendimento médico por um ano em comunidades vulneráveis.

Eventos de recepção a bordo e visitas oficiais às marinhas locais foram instrumentos de diplomacia naval ativa, permitindo o estreitamento das relações com autoridades civis e militares. O Contra-Almirante Antonio Braz, comandante do Grupo-Tarefa, destacou o papel da operação na promoção da cooperação, diálogo e construção de segurança compartilhada no Atlântico Sul.

A GUINEX como projeção estratégica da Marinha no Atlântico Sul

Grupo de oficiais da marinha em formação.

A Operação GUINEX é uma manifestação clara da estratégia brasileira de presença no entorno estratégico, com base na Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS) — iniciativa brasileira criada na ONU em 1986, que completa 40 anos em 2026. O deslocamento da Fragata “Defensora”, com cerca de 260 militares, reafirma o comprometimento com a estabilidade regional, combate à pirataria e defesa dos interesses marítimos comuns.

Ao atuar em águas africanas, a Marinha do Brasil projeta sua capacidade de operar além do Atlântico Sul, reforçando seu papel como força de presença, ajuda humanitária e integração entre os povos lusófonos e africanos. A GUINEX V encerra-se como um exercício de poder naval, mas também como uma demonstração de responsabilidade diplomática, técnica e geopolítica do Brasil no cenário internacional.

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