Contrato foi assinado no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro e contou com a presença do Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos - Agência Marinha

A Marinha do Brasil (MB) assinou hoje (13), no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, o contrato para a construção, em território nacional, de um navio capaz de operar no verão e outono no Continente Antártico e com capacidade de navegar tanto na formação de gelo mais recente, quanto nas placas mais antigas, que possuem maior resistência. O Navio de Apoio Antártico (NApAnt) será construído, nas instalações do Estaleiro Jurong-Aracruz (EJA), localizado no Estado do Espírito Santo.

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O contrato assinado entre a Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON) e a Polar 1 Construção Naval SPE Ltda. – Sociedade de Propósito Específico constituída pelo Estaleiro Jurong Aracruz Ltda. e SembCorp Marine Specialised Shipbuilding (SMSS) PTE. LTDA – tem como propósito construir uma embarcação com capacidade para navegar em campos de gelo, e para isso, necessita possuir casco em formato específico e reforçado, particularmente na sua proa, para abrir caminho e quebrar as placas de gelo, utilizando o próprio peso do navio e, por vezes, o turbilhonamento provocado por seus propulsores.

Dimensões do navio e benefícios esperados

Com dimensões de 93,9m de comprimento, 18,5m de largura, deslocamento de aproximadamente 5880MT, calado de 6,0m, autonomia de 70 dias, propulsão a Diesel-elétrica, Hangar para 2 aeronaves de porte médio e uma tripulação de 95 pessoas, incluindo 26 pesquisadores, essa nova aquisição da MB tem a previsão de gerar cerca de 500 a 600 empregos diretos e 6.000 indiretos, além de fomentar a indústria naval brasileira e a base tecnológica nacional.

O escopo de Engenharia, Aquisição e Construção será conduzido pelo EJA, com a transferência de conhecimento e experiência da SMSS na construção de embarcação semelhante em Singapura. A previsão de conclusão é final de 2025.

Além dessas dimensões, o NApAnt também contará com equipamentos hidroceanográficos – Ecobatímento Multifeixe, Ecobatímento Monofeixe de Tripla Frequência, ADCP (Perfilador Decorrente por Efeito Dopler), estação meteorológica automática, termosalinográfo e MVP (Moving Vessel Profile) – são equipamentos mais modernos, inexistentes no Navio Ary Rongel, que possibilitarão estudos mais detalhados e eficientes da região Antártica.

Para a obtenção do NApAnt, foi capitalizado pela EMGEPRON, empresa pública vinculada ao Ministério da Defesa do Brasil, USD 150 milhões, aproximadamente R$ 740 milhões. O investimento envolve a compra de equipamentos e sistemas científicos, planos de gestão do ciclo de vida e apoio logístico ao Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR).

O novo navio da MB substituirá e desenvolverá as mesmas missões que o Navio de Apoio Oceanográfico “Ary Rongel” – incorporado à Marinha em 25 de abril de 1994 e que opera em média durante seis meses no Antártico –, mas com capacidades aprimoradas em função da experiência no PROANTAR e dos requisitos de apoio à nova Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF). Dessa forma, incrementará a participação brasileira nos processos de decisão sobre o destino do Continente Antártico. Entre os benefícios esperados estão: redução do tempo necessário para o reabastecimento da EACF, com a inclusão de guindastes modernos e de maior capacidade de carga e manobra ao novo navio; sistema de navegação e de controles sofisticados, que permitirão maior segurança na aproximação do navio com a praia, para desembarque de material e de pessoal; maior capacidade de apoio às atividades de pesquisa, já que o Programa Antártico passará a dispor de um navio melhor equipado, com capacidade de lançamento de acampamentos e, assim, possibilitará a ampliação da área passível de ser visitada pelos pesquisadores, incluindo as regiões oceânicas e terrestres.

As novas edificações da EACF, inauguradas no dia 15 de janeiro de 2020, configuram uma área de aproximadamente 4.500 m2 dividida em seis setores distintos: privativo, social, serviços, operação/manutenção, laboratórios e módulos isolados. São 17 laboratórios projetados para atender a uma multiplicidade de exigências, denotando a prioridade do PROANTAR para as atividades científicas.

Plano Estratégico da Marinha 2020-2040

O Plano Estratégico da Marinha (PEM 2020-2040), estruturado a partir da análise do ambiente operacional e da identificação de ameaças, estabelece os programas estratégicos com o propósito de prover o Brasil com uma Força Naval moderna e de dimensão compatível com a estatura político-estratégica do País, capaz de contribuir para a defesa da Pátria e salvaguarda dos interesses nacionais, no mar e águas interiores, em sintonia com os anseios da sociedade.

O Programa de Construção do Núcleo do Poder Naval é de caráter estratégico e inclui subprogramas e projetos relacionados à obtenção de meios, dentre eles, o Programa de Obtenção de Meios Hidroceanográficos (PROHIDRO), que prevê a obtenção de navios hidrográficos e Navios de Apoio Antártico.

Marcelo Barros, com informações da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).