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No coração do Rio de Janeiro, a memória dos marinheiros brasileiros voltou a navegar. Em cerimônia especial pelo Dia da Vitória, a Marinha do Brasil lançou uma nova edição do livro A Bordo do Contratorpedeiro Barbacena, de autoria do Vice-Almirante João Carlos Gonçalves Caminha, em homenagem aos combatentes da Batalha do Atlântico e aos 80 anos da vitória aliada na Segunda Guerra Mundial.
A narrativa de guerra e liderança a bordo do Barbacena
Com uma linguagem que mistura realismo histórico, suspense e lições de liderança, o livro A Bordo do Contratorpedeiro Barbacena oferece uma visão íntima da vida a bordo de um navio de guerra brasileiro. O Vice-Almirante Caminha, com décadas de experiência naval, conduz o leitor por histórias que mesclam fatos verídicos e elementos ficcionais, retratando o cotidiano dos marinheiros em meio à tensão do conflito global.
A nova edição, agora dividida em três volumes, apresenta não só o ambiente técnico e tático das missões navais, mas também reflexões humanas e estratégicas sobre como liderar em tempos de crise. O conteúdo da obra, segundo o Embaixador de Comunicação Estratégica da Marinha, Flávio Augusto da Silva, transcende o meio militar e oferece “insights valiosos sobre transformação, visão e resiliência — seja em combate, seja no mundo corporativo”.
O papel da Marinha na Segunda Guerra e a Batalha do Atlântico
A cerimônia reafirmou o papel fundamental da Marinha do Brasil na Segunda Guerra Mundial, especialmente na proteção do litoral brasileiro, na escolta de comboios e na luta contra submarinos do Eixo. Durante a Batalha do Atlântico, a Marinha enfrentou a ameaça dos U-boots nazistas que torpedeavam embarcações brasileiras. Foram centenas de patrulhas, dezenas de navios atacados e vidas perdidas no mar.
O Navio-Museu Bauru, único sobrevivente nacional da classe Bertioga e símbolo das escoltas brasileiras, foi homenageado com flores durante o evento. O Bauru participou de missões cruciais na escolta de navios mercantes e é citado em passagens do próprio livro de Caminha. O Vice-Almirante Gilberto Santos Kerr, Diretor do Patrimônio Histórico da Marinha, destacou que “o Bauru representa, fisicamente, a bravura dos marinheiros brasileiros na guerra e conecta o passado ao presente”.
Livro, documentário e o resgate da cultura marítima nacional
O lançamento do livro fez parte de uma ampla ação cultural da Marinha voltada à valorização da memória naval e da cultura marítima brasileira. Durante a cerimônia, foi exibido o teaser do documentário Vital: Memórias que não naufragaram, produção que relembra o naufrágio do navio-auxiliar Vital de Oliveira, torpedeado por um submarino alemão em 1944.
O documentário traz relatos inéditos, incluindo o emocionante depoimento do sobrevivente Tenente Girgazes Agostinho de Brito, que revive os momentos do ataque e sua luta pela sobrevivência. A previsão é de que o filme completo seja lançado em setembro.
O Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, enfatizou que a obra e o documentário reforçam a necessidade de um Brasil preparado para defender seus interesses no mar. Ele alertou para a pouca visibilidade que se dá à Amazônia Azul, lembrando que mais de 97% das exportações brasileiras e grande parte do petróleo e gás transitam por vias marítimas.
Assim, a nova edição de A Bordo do Contratorpedeiro Barbacena não é apenas um livro: é um instrumento de memória, identidade nacional e alerta estratégico para o Brasil do presente e do futuro.
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