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A seca que desafia a navegação no Amazonas dominou o simpósio realizado na celebração dos 150 anos da Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental. Com a presença da ABAC e de autoridades navais, o evento em Manaus destacou a importância da dragagem e de operações emergenciais para evitar novos colapsos logísticos na região.
Os impactos da seca sobre a navegação na Amazônia
A cidade de Manaus depende diretamente do transporte fluvial para garantir o abastecimento de bens, suprimentos e matérias-primas que sustentam sua economia. Estima-se que mais de 70% das mercadorias que chegam e saem da cidade utilizem este modal. No entanto, os períodos de seca, especialmente nos últimos dois anos, têm colocado em risco a navegação, interrompendo a logística em pontos críticos como Tabocal e Enseada do Madeira.
Em 2023, a situação foi particularmente grave, com a suspensão do transporte por cabotagem durante quase dois meses. Isso resultou na escassez de produtos, aumento de preços e interrupções na cadeia produtiva industrial. O impacto econômico foi profundo, ameaçando até mesmo a viabilidade de investimentos futuros na Zona Franca de Manaus, um dos pilares da economia regional.
Soluções emergenciais e esforços colaborativos em 2024
Com a seca de 2024 não menos severa, operadores logísticos como Chibatão e Superterminais, em parceria com as autoridades e empresas de transporte fluvial, adotaram uma solução emergencial inovadora: o uso de operações flutuantes em Itacoatiara. Apesar de ser uma medida paliativa e de alto custo, ela conseguiu mitigar parcialmente os impactos da crise, evitando um colapso completo no abastecimento.
O apoio da ABAC e de operadores como CNN, Prates e MAJONAV foi fundamental para viabilizar a operação. No entanto, as limitações de capacidade dessas medidas deixaram claro que soluções temporárias não são suficientes para atender à crescente demanda logística da região. A colaboração entre o setor privado e as autoridades demonstrou a importância de uma abordagem integrada, mas também ressaltou a necessidade urgente de intervenções estruturais.
Perspectivas futuras e o papel da dragagem no Amazonas
Uma das principais esperanças para superar as dificuldades impostas pela seca é o contrato firmado entre o DNIT e a empresa DTA para a dragagem dos pontos críticos do rio Amazonas. Essa iniciativa promete garantir a navegabilidade dos navios de carga durante todo o ano, mesmo nos períodos de estiagem mais severa.
A dragagem, se executada de forma tempestiva e eficaz, pode representar uma mudança de paradigma para o transporte fluvial na Amazônia, oferecendo maior previsibilidade e segurança para o abastecimento de Manaus e outras áreas dependentes do modal. Durante o simpósio, a ABAC reafirmou seu compromisso de colaborar com as autoridades e operadores logísticos para assegurar que essa solução seja concretizada no prazo necessário.
Com a celebração de 150 anos da Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental, o evento não apenas honrou a história da navegação na região, mas também lançou luz sobre os desafios contemporâneos e as soluções em curso. As discussões realizadas reforçaram a importância de uma visão estratégica e de investimentos contínuos na infraestrutura fluvial para garantir o desenvolvimento sustentável da Amazônia.
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