No dia 18 de março, às 14 horas, foi realizado o I Fórum de Debate do CTN-RJ “Reciclagem de navios: O futuro da economia circular no setor marítimo”. O evento online aconteceu de forma restrita, como um teste para as próximas três edições que acontecerão ainda esse ano (junho, setembro e dezembro) e foi uma iniciativa do Cluster Tecnológico Naval do Rio de Janeiro, com o apoio da Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON) e Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (AMAZUL).

O Webinar contou com exposições do Professor Newton Pereira (UFF), André Guardin (Gerdau) CMG Roberto Martins (DPC) e CF Wellington Nogueira (DPC). Representantes da academia, empresa e governo, seguindo o modelo triplo hélice e a economia do mar, bases do Cluster Tecnológico Naval – RJ.

Em sua apresentação, o professor Newton explicou como o desmantelamento de embarcações é uma atividade antiga que busca a recuperação econômica dos materiais, principalmente o aço, no fim da vida útil do navio. Assim, a reciclagem de navios é uma forma de descarte que se encaixa numa lógica de economia circular, começando com o aço como matéria-prima na siderurgia, passando para a construção do navio no estaleiro, utilizado por aproximadamente 25 anos após sua entrega, indo então para a reciclagem do navio no estaleiro, onde são gerados resíduos oriundos do navio que são usados em um novo projeto de navio, voltando à primeira etapa.

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Já o Sr. André expos a importância da produção de aço no Brasil e identificou a forma como a Gerdau trabalha buscando sucatas com tamanho aproximado de 12 metros para corte. Também foi enfatizado que a reciclagem de navios pode ser uma origem alternativa à geração de sucata no Brasil. A terceira apresentação, feita pelo CMG Roberto Martins, iniciou-se com a informações de que o Regulamento da Comissão Europeia prevê que qualquer navio que atraque nos portos europeus tenha um Certificado contendo o seu Inventário de Materiais Perigosos (IHM). Por esse motivo as empresas tem elaborado o IHM ainda na fase de projeto. Assim, a ideia é que os navios sejam desenhados desde então com o objetivo de assegurar a sua reciclagem segura no final de sua vida útil.

A apresentação do CF Wellington Nogueira fechou o ciclo de exposições do evento com foco na legislação e casos internacionais por trás do mercado de reciclagem, explicitando a Convenção Internacional de Hong Kong para a Reciclagem Segura e Ambientalmente Adequada de Navios, que define regras para certificação de estaleiros para reciclagem e desmonte, mas a qual o Brasil não é signatário. O Comandante frisou que não existe no Brasil uma resolução específica para o desmantelamento de embarcações, tendo apenas a Resolução 817/2020 legislando sobre o descomissionamento.

Para os interessados, é possível assistir o vídeo abaixo:

https://youtu.be/Kz_zN0kPHcE

Fonte: Cluster Tecnológico Naval