Haiti afunda em violência enquanto ONU e organizações humanitárias reduzem presença

MINUSTAH's Civil Affaires section inaugurated , on Thursday July 14, 2016, a drinking water project in Lascahobas ( Center department). This project, in support to the Haitian government to provide better life conditions to haitians, came in response to challenges in fighting waterborn diseases, and particularly Cholera. The project was inaugurated in Lascahobas Photo: Marie Yolette B. Daniel - UN/MINUSTAH
Não fique refém dos algorítimos, nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias.

O Haiti enfrenta uma das piores crises de segurança de sua história recente. Em meio à escalada de violência de gangues que controlam amplas áreas da capital, Porto Príncipe, a ONU, embaixadas estrangeiras e organizações humanitárias estão reduzindo suas equipes ou suspendendo operações no país. O colapso da segurança intensifica a sensação de abandono entre os haitianos, enquanto o futuro da nação permanece incerto.

A Intensificação da Crise de Segurança

Desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse, em 2021, o Haiti tem enfrentado uma crescente instabilidade política e social. Nas últimas semanas, gangues fortemente armadas ampliaram sua atuação, controlando bairros inteiros de Porto Príncipe, atacando aviões comerciais e forçando deslocamentos em massa. A ONU estima que mais de 41 mil pessoas deixaram suas casas entre 11 e 19 de novembro, enquanto o número de mortes já ultrapassa 220, incluindo 115 integrantes de gangues.

O aeroporto internacional de Porto Príncipe está fechado para voos comerciais desde o ataque a aeronaves americanas. Com a cidade cada vez mais isolada, organizações como Médicos Sem Fronteiras reduziram drasticamente suas operações, e a ONU tem evacuado seus funcionários para áreas mais seguras, como Cap Haitien, no norte do país.

A Reação Internacional

A crise no Haiti gerou debates no Conselho de Segurança da ONU sobre a viabilidade de uma nova missão de paz no país. Apesar do apoio dos Estados Unidos e de países latino-americanos, potências como Rússia e China argumentam que a falta de pacificação dificulta qualquer operação efetiva.

Uma força policial internacional liderada pelo Quênia foi enviada ao Haiti em junho, mas sua atuação enfrenta resistência local e desafios para combater as gangues bem armadas. Enquanto isso, países como Canadá, Japão e os EUA têm retirado seus diplomatas, deixando apenas equipes reduzidas em suas embaixadas.

O Impacto para os Haitianos

O colapso do estado haitiano intensificou o sofrimento da população local. “Todo haitiano acha que estamos sendo abandonados pelo mundo”, desabafa o médico Wesner Junior Jacotin. Com a fuga de organizações internacionais e a falta de segurança para a assistência humanitária, muitas comunidades ficam sem alternativas.

O ativista de direitos humanos Pierre Espérance destacou que o abandono das embaixadas e o colapso total do estado haitiano deixam um vácuo que favorece ainda mais o avanço das gangues. Sem uma solução concreta no horizonte, cresce o sentimento de desamparo entre os haitianos, enquanto o futuro do país se torna cada vez mais incerto.

Participe no dia a dia do Defesa em Foco

Dê sugestões de matérias ou nos comunique de erros: WhatsApp 21 99459-4395

Google News

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor insira seu comentário!
Digite seu nome aqui