Não fique refém dos algorítimos, nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias. |
O Haiti enfrenta uma das piores crises de segurança de sua história recente. Em meio à escalada de violência de gangues que controlam amplas áreas da capital, Porto Príncipe, a ONU, embaixadas estrangeiras e organizações humanitárias estão reduzindo suas equipes ou suspendendo operações no país. O colapso da segurança intensifica a sensação de abandono entre os haitianos, enquanto o futuro da nação permanece incerto.
A Intensificação da Crise de Segurança
Desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse, em 2021, o Haiti tem enfrentado uma crescente instabilidade política e social. Nas últimas semanas, gangues fortemente armadas ampliaram sua atuação, controlando bairros inteiros de Porto Príncipe, atacando aviões comerciais e forçando deslocamentos em massa. A ONU estima que mais de 41 mil pessoas deixaram suas casas entre 11 e 19 de novembro, enquanto o número de mortes já ultrapassa 220, incluindo 115 integrantes de gangues.
O aeroporto internacional de Porto Príncipe está fechado para voos comerciais desde o ataque a aeronaves americanas. Com a cidade cada vez mais isolada, organizações como Médicos Sem Fronteiras reduziram drasticamente suas operações, e a ONU tem evacuado seus funcionários para áreas mais seguras, como Cap Haitien, no norte do país.
A Reação Internacional
A crise no Haiti gerou debates no Conselho de Segurança da ONU sobre a viabilidade de uma nova missão de paz no país. Apesar do apoio dos Estados Unidos e de países latino-americanos, potências como Rússia e China argumentam que a falta de pacificação dificulta qualquer operação efetiva.
Uma força policial internacional liderada pelo Quênia foi enviada ao Haiti em junho, mas sua atuação enfrenta resistência local e desafios para combater as gangues bem armadas. Enquanto isso, países como Canadá, Japão e os EUA têm retirado seus diplomatas, deixando apenas equipes reduzidas em suas embaixadas.
O Impacto para os Haitianos
O colapso do estado haitiano intensificou o sofrimento da população local. “Todo haitiano acha que estamos sendo abandonados pelo mundo”, desabafa o médico Wesner Junior Jacotin. Com a fuga de organizações internacionais e a falta de segurança para a assistência humanitária, muitas comunidades ficam sem alternativas.
O ativista de direitos humanos Pierre Espérance destacou que o abandono das embaixadas e o colapso total do estado haitiano deixam um vácuo que favorece ainda mais o avanço das gangues. Sem uma solução concreta no horizonte, cresce o sentimento de desamparo entre os haitianos, enquanto o futuro do país se torna cada vez mais incerto.
Participe no dia a dia do Defesa em Foco
Dê sugestões de matérias ou nos comunique de erros: WhatsApp 21 99459-4395