No dia 14 de abril de 2021, o 11º Grupo de Artilharia de Campanha (11º GAC) – Grupo Montese – realizou a celebração dos 76 anos da Tomada de Montese (14 a 18 de abril de 1945), na Alameda Marechal Mascarenhas de Moraes, com a participação das seguintes unidades: 1º BI Mec, 6º BIL, 1º BPE, 11º GAC, 20º GAC, 21º GAC, 31º GAC, 1º BECmb (Es), BEsCom, Bia Cmdo AD/1, 1º Esq C L e Banda de Música do 1º BI Mec.
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A solenidade foi presidida pelo Comandante da Artilharia Divisionária da 1ª Divisão de Exército, General de Brigada Fernando Bartholomeu Fernandes. Também prestigiaram o evento o Chefe de Gabinete da Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército, Coronel Nirlande Vieira Malveira, o Chefe de Estado-Maior da Brigada de Infantaria Pára-quedista e ex-Comandante do 11º GAC, Coronel Fabiano Lima de Carvalho, e o Chefe do Estado-Maior da 1ª Divisão de Exército, Coronel Othon Gomes Melo, além de comandantes de organizações militares da Vila Militar e adjuntos de comando.
Foi feita uma homenagem aos 34 heróis que tombaram em solo italiano naquele conflito, além de ter sido depositada uma corbélia de flores pelo General Fernandes e pelo Cel Fabiano, à frente do busto do Marechal Cordeiro de Farias, Comandante da Artilharia Divisionária e das fotos do Marechal Hugo Panasco Alvim, Comandante do IV Grupo (11º GAC) e do Sargento Max Wolf Filho.
Durante as palavras do Comandante do 11º GAC, foi feita uma deferência à atuação das tropas brasileiras naquele teatro de operações e aos heróis de Montese e da FEB, como o Tenente Ary Ruen, o Tenente Iporan, o Aspirante Franciso Mega e o Sargento Max Wolf Filho. Da mesma forma, o emprego da artilharia em Montese foi enaltecido.
Ao término da solenidade, foi realizado um desfile motorizado, a fim de mostrar a evolução histórica das viaturas que conduzem os subsistemas de artilharia, em especial, as peças da linha de fogo. Desfilaram uma Vtr Dodge WC-51 3/4 Ton – Viatura original utilizada na 2ª Guerra Mundial –, uma Vtr Marruá, uma Vtr Boomerang 5 Ton (Mercedes – Benz LG 15.19) e uma Vtr 10 Ton com obuseiro 155 mm atrelado, com destaque para a Vtr Dodge WC-51 3/4 Ton que transportava a imagem do Marechal Hugo Panasco Alvim.
Na sequência da solenidade, foi realizada uma palestra a cargo da Diretoria de Patrimônio Histórico e Cultural (DPHCEx). Nela, o historiador militar do Centro de Estudos e Pesquisas de História Militar do Exército (CEPHiMEx), Coronel PTTC Cláudio Skora Rosty, abordou os antecedentes e o emprego operacional da FEB, a manobra realizada na ocasião e especialmente os relatos de ex-combatentes, por meio de entrevistas.
A tomada de Montese
A Batalha de Montese fez parte da chamada Operação Grapeshot ou Ofensiva da Primavera (9 de abril a 2 de maio de 1945), que consistia em uma operação de larga envergadura, cobrindo todo o norte da Itália, do Adriático ao Tirreno, com o objetivo de desmantelar de vez as linhas alemãs, especialmente, a Linha Gengis-Khan, ao sul de Bolonha.
Vale lembrar que, por Montese estar cravada em meio à montanhas e bosques, a conquista das elevações que a englobavam proporcionaria o avanço pelo vale do Rio Pó, acidente geográfico mais plano e, consequentemente, propício aos ataques aliados com blindados.
Na tarde do dia 14 de abril, a 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE) conseguiu realizar a tomada da localidade, em meio à intensa resistência inimiga. Entretanto, a manutenção da localidade, a partir de 15 de abril, não foi tarefa fácil, tanto que a rendição da 148ª Divisão de Infantaria alemã somente ocorreu em 18 de abril.
Nesse sentido, para uma tropa de heróis, nos resta parafrasear o General Crittenberger, Comandante do IV Corpo de Exército, que deu a seguinte declaração: “Na jornada de ontem, só os brasileiros mereceram minhas irrestritas congratulações; com o brilho de seu feito e seu espírito ofensivo, a Divisão Brasileira está em condições de ensinar às outras como se conquista uma cidade”.
O 11º GAC – Grupo Montese
A participação do IV Grupo, originalmente, I/1º Regimento de Artilharia Pesada Curta (I/1º RAPC), foi vital nas ações da FEB, pois a unidade era a única dotada do obuseiro 155 mm. Assim, o apoio à 1ª DIE, em ação de conjunto, com os fogos de preparação e de aprofundamento, foram essenciais para a consecução dos objetivos.
Ao longo da 2ª Guerra Mundial, o Grupo realizou o maior número de missões de tiro: 1.700 missões. Somente em Montese, foram executados cerca de 21.200 tiros. Esse fato auxiliou para que a quantidade de baixas não excedesse 426 durante a conquista daquela localidade.
Tal participação foi tão decisiva que o 11º GAC recebeu, por intermédio da Portaria Ministerial nº 956-GB, de 15 de setembro de 1971, a denominação histórica: “Grupo Montese”.
Foram tomadas todas as medidas sanitárias de combate à covid-19, visando à segurança dos participantes.