O Comando Militar do Leste (CML) rememorou, em tradicional solenidade, as vítimas da Intentona Comunista. Realizada no dia 27 de novembro de 2020, na Praça General Tibúrcio, a cerimônia, transcorrida sob forte emoção, teve como principais objetivos enaltecer valores democráticos, além de repudiar a tentativa de imposição de um regime totalitário no Brasil.

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Sob o monumento em homenagem aos tombados, a tropa realizou a chamada nominal de todas as vítimas. O toque de silêncio e a salva de gala de 21 tiros, executada pelo 31º Grupo de Artilharia de Campanha Escola (31º GAC Es), também compuseram o momento. Uma coroa de flores foi posicionada junto ao mausoléu, onde estão guardados aqueles que deram suas vidas em prol dos ideais democráticos em 1935. A banda do 1° Batalhão de Guardas (BG) e o clarim oriundo do 2° Regimento de Cavalaria de Guarda (2° RCG) harmonizaram a homenagem.

Renovando o permanente compromisso das Forças Armadas com a defesa da Pátria e com os ideais democráticos, estavam presentes na cerimônia o Chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEX), General de Exército Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva; o Comandante Militar do Leste (CML), General de Exército José Eduardo Pereira; o Comandante do Comando Aéreo Leste (III COMAR), Major-Brigadeiro do Ar Luiz Guilherme Silveira de Medeiros; o Chefe do Estado-Maior do Comando do 1º Distrito Naval (Com1ºDN), Contra-Almirante Andre Luiz de Andrade Felix; e demais autoridades.

O que foi a Intentona Comunista

A expansão do ideário comunista no Brasil teve início após a implantação de um regime ideológico marxista-lenista na Rússia, transformada em União Soviética após a Revolução Bolchevista de 1917. A partir disso, esse país incentivou revoltas com o objetivo de recrutar outras nações para sua esfera de influência, patrocinando, inclusive, a fundação de partidos comunistas pelo mundo.

No Brasil, em 1922, o Partido Comunista, sob a capa de uma coligação denominada Aliança Nacional Libertadora (ANL), liderada por Luís Carlos Prestes, ex-capitão do Exército Brasileiro e ex-líder tenentista convertido ao comunismo, realizou uma tentativa de derrubar o governo de Getúlio Vargas e de instalar um governo socialista no Brasil. A retórica de renovação política e social pregada pelo Partido Comunista Brasileiro atraiu os insatisfeitos com os resultados da Revolução de 1930.

Então, em novembro de 1935, foi deflagrado um movimento denominado Intentona Comunista, em que militares comunistas ocuparam algumas unidades em Natal (dias 23 e 24) e em Recife (dia 24), tendo, inclusive, assassinado companheiros desarmados. O movimento resultou em saques, furtos e depredações, e na ocupação de prédios governamentais e militares naquelas capitais.

Os combates mais intensos ocorreram no Rio de Janeiro, a partir do dia 27, no 3º Regimento de Infantaria (na Praia Vermelha), no 2º Regimento de Infantaria (na Vila Militar) e na Escola de Aviação (no Campo dos Afonsos).

O governo, entretanto, estava preparado e contou com a lealdade das Forças Armadas. Os rebeldes foram encurralados pela Artilharia do Exército e da Marinha e dominados rapidamente. No 3º Regimento de Infantaria, tropas da 1ª Região Militar, comandadas pelo General Eurico Gaspar Dutra, impediram que os comunistas deixassem o quartel. Intimados a render-se, os revoltosos não se entregaram. Diante dessa negativa, as tropas legalistas intensificaram os fogos. Pouco depois do meio-dia, surgiu uma bandeira branca entre os escombros.

A rebelião foi rechaçada no mesmo dia em que começou. O plano insensato só reforça a lição de que nenhuma ideologia política contrária aos ideais democráticos é benéfica à Nação brasileira. O episódio da Intentona, literalmente “intento louco”, também nos alerta para os riscos que os extremismos e a polarização política insensata podem representar para a estabilidade de uma nação, fraturando o amálgama da identidade nacional e colocando, desnecessariamente, irmãos em trincheiras opostas.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).