Escotismo do Mar é reconhecido como patrimônio cultural do RJ

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Uma tradição centenária ligada ao mar, à formação de jovens e à história da Marinha brasileira acaba de ganhar o reconhecimento oficial. A Lei nº 10.834/2025, sancionada no final de junho, declara o Escotismo do Mar como patrimônio histórico e cultural de natureza imaterial do Estado do Rio de Janeiro. A medida valoriza um movimento que, há mais de um século, forma cidadãos com disciplina, espírito de equipe e amor pela vida marítima.
As origens históricas do Escotismo do Mar no Brasil
O Escotismo do Mar surgiu na Inglaterra, em 1909, como uma extensão do movimento criado por Baden-Powell dois anos antes. A proposta era adaptar a vivência escoteira ao ambiente marítimo, preparando jovens para a vida no mar por meio de acampamentos, navegação, atividades náuticas e aprendizado sobre embarcações. O marco inicial foi um acampamento de 15 dias a bordo do navio “Mercúrio”, no Rio Beaulieu.
No Brasil, a modalidade chegou em 1910, impulsionada pelo contato direto de oficiais da Marinha do Brasil com a Royal Navy, durante a construção da nova frota brasileira em Newcastle. Uniformes, manuais e a filosofia escoteira vieram junto com os navios, e logo os primeiros Grupos Escoteiros do Mar começaram a surgir no território nacional. A fundação da Confederação Brasileira dos Escoteiros do Mar em 1921 e sua oficialização em 1923 consolidaram esse movimento como uma ponte entre tradição naval e juventude.
A importância sociocultural e educacional do Escotismo do Mar

Ao longo do século XX, especialmente entre as décadas de 1910 e 1960, os Grupos Escoteiros do Mar atuaram em sinergia com Colônias de Pescadores e foram fundamentais para a popularização da vela, da cultura marítima e das ciências náuticas no Brasil. Mais do que atividades de lazer, o escotismo ofereceu formação ética, técnica e comunitária para milhares de jovens.
A modalidade do mar destaca-se pelo forte apelo à educação ambiental, ao respeito à vida aquática e à valorização da tradição naval brasileira. Seus métodos integram o ensino de sobrevivência, primeiros socorros, marinharia e liderança, sempre com base no lema “Sempre Alerta”. Ao longo das décadas, o movimento se manteve vivo, adaptando-se às novas gerações sem perder o compromisso com a cidadania e o serviço.
A lei fluminense e o reconhecimento do patrimônio imaterial
Aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e sancionada com coautoria da deputada Índia Armelau, a Lei nº 10.834/2025 representa um marco para o Escotismo do Mar. Ao ser declarado patrimônio histórico e cultural imaterial, o movimento passa a ser reconhecido oficialmente como parte integrante da identidade fluminense e bem cultural a ser preservado e promovido.
O reconhecimento abre portas para ações de fomento, apoio institucional e inserção do escotismo em políticas públicas voltadas à juventude, cultura e meio ambiente. Trata-se não apenas de preservar uma tradição, mas de reafirmar o valor de um modelo educacional que, por terra e por mar, prepara gerações para navegar com consciência, coragem e propósito.
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