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O avanço da energia nuclear e seus desafios no Brasil foram temas de um evento promovido pelo Grupo Mídia, em Brasília, nesta terça-feira (18). O encontro reuniu especialistas e autoridades do setor para discutir “O papel estratégico da energia nuclear na transição energética”. O presidente da NUCLEP e da ABEN, Carlos Henrique Silva Seixas, participou como speaker e ressaltou a importância da tecnologia nuclear para a matriz energética nacional e para setores estratégicos como saúde e indústria.
O papel da energia nuclear na transição energética
A energia nuclear tem sido cada vez mais reconhecida como uma alternativa essencial para garantir segurança energética e sustentabilidade. Diferente das fontes intermitentes, como solar e eólica, a energia nuclear fornece eletricidade de forma estável, ajudando a equilibrar o sistema energético nacional.
Além da geração de eletricidade, a tecnologia nuclear tem diversas aplicações estratégicas, como:
- Medicina nuclear: diagnóstico e tratamento de doenças como o câncer, com o uso de radioisótopos;
- Agricultura: preservação de alimentos por meio da irradiação e combate a pragas agrícolas sem uso de pesticidas;
- Indústria e defesa: inspeção de materiais, desenvolvimento de novos materiais e uso na propulsão nuclear naval.
Durante sua fala no evento, Carlos Seixas destacou a importância de ampliar o debate sobre energia nuclear para além da geração elétrica, reforçando seu impacto positivo em diversas áreas da sociedade.
Os desafios do setor nuclear no Brasil
Apesar dos avanços tecnológicos e do crescente reconhecimento do papel da energia nuclear, o setor enfrenta desafios significativos no Brasil. Um dos principais obstáculos discutidos no evento foi o adiamento da usina de Angra 3, que Seixas classificou como uma perda significativa para toda a cadeia nuclear brasileira.
A construção da usina, que faz parte do complexo de Angra dos Reis (RJ), tem sido alvo de constantes postergações, impactando diretamente empresas e profissionais do setor. “Lamentamos profundamente essa postergação, pois o impacto será negativo para toda a cadeia nuclear. No entanto, seguimos com a esperança de que, em breve, a aprovação aconteça”, afirmou Seixas.
Além da questão de Angra 3, outros desafios do setor incluem:
- Regulação e financiamento: a necessidade de políticas de incentivo para viabilizar novos projetos nucleares;
- Expansão da infraestrutura nuclear: investimentos para modernizar e ampliar o parque nuclear brasileiro;
- Aceitação pública e desmistificação da energia nuclear: a necessidade de conscientização sobre os benefícios e segurança da tecnologia nuclear.
O evento e os líderes do setor presentes no debate
O evento promovido pelo Grupo Mídia reuniu importantes lideranças do setor nuclear e energético brasileiro. Além de Carlos Seixas, a mesa de debates contou com:
- Julio Lopes, Deputado Federal e presidente da Frente Parlamentar Mista de Atividades Nucleares do Congresso;
- José Mauro Esteves dos Santos, Assessor da Agência Nacional de Mineração;
- Newton de Almeida Costa Neto, Diretor-Presidente da Amazul;
- Leonam Guimarães, Diretor Executivo da Amazul e da ABDAN.
O encontro reforçou a necessidade de consolidar a energia nuclear como peça-chave na matriz energética nacional, destacando seu papel no desenvolvimento sustentável e na redução das emissões de carbono.
Para Seixas, eventos como esse são fundamentais para fortalecer o setor e gerar novas oportunidades. Esses encontros permitem que o setor nuclear apresente sua importância não apenas para a geração de energia, mas também para áreas como agricultura, medicina e defesa”, ressaltou o presidente da NUCLEP e da ABEN.
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