Com relação à matéria intitulada “Sem solução financeira para Angra 3, governo Bolsonaro promete conclusão de usina”, publicada em 03/12, no site do jornal “O Estado de São Paulo”, a Eletronuclear vem retificar incorreções importantes.
Em primeiro lugar, cabe apontar que, dado o estágio atual das obras, a conclusão de Angra 3 demandará ainda 55 meses de trabalho, a partir da entrada da nova construtora a ser licitada em 2021. A previsão é que a usina possa ser conectada à rede elétrica em 2026.
No entanto, diferentemente do que a matéria informa, a retomada de Angra 3 não depende da entrada de um sócio privado na operação. Esse modelo foi considerado inicialmente nas tratativas para a conclusão do empreendimento. Mas os estudos realizados pelo BNDES e aprovados pelo Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI), em junho deste ano, optaram por outro modelo.
Na opção aprovada, haverá a reestruturação financeira do projeto e a contratação da conclusão das obras em um regime de EPC, num modelo similar a um “projectfinance”, sem que haja necessariamente a participação de um sócio privado. Esse modelo agora está sendo estruturado pela Eletronuclear e pelo BNDES.
O próprio “O Estado de São Paulo” chegou a comentar esse fato, no dia 10/06, em matéria intitulada “Para concluir Angra 3, governo pode desistir de sócio e propor contratação de empresa”.
Também é importante ressaltar que, apesar de responder por em torno de 1,5% da potência instalada no país, as usinas Angra 1 e 2 geram energia continuamente, a plena potência ao longo de todo o ano, próximo aos centros de carga. Isso as torna fundamentais para a segurança do abastecimento do sistema elétrico brasileiro.
Numa semana onde o despacho de usinas térmicas caras fez com que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciasse a bandeira vermelha no patamar 2 nas tarifas de eletricidade, vale lembrar que essa situação seria evitada caso Angra 3 já estivesse operando.
Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).