Neste domingo, comemora-se o fim da 2ª Guerra Mundial (2ª GM). O dia 8 de maio ficou conhecido como o dia da rendição das forças armadas inimigas, do chamado Eixo. Por isso, nesta data, celebra-se o Dia da Vitória, que há 77 anos representou um marco da defesa dos ideais democráticos e da liberdade.

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A criação da data é uma reação do mundo contra os ideais totalitários do nazifascismo. Inicialmente, o Brasil adotou uma postura de neutralidade na 2ª GM. Porém, após navios mercantes serem afundados na costa brasileira, o País se posicionou a favor das forças aliadas.

Na época, alguns segmentos da sociedade duvidaram da capacidade de mobilização das Forças Armadas brasileiras, cunhando a famosa frase “É mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra”. No entanto, diferentemente do que havia sido disseminado, “a cobra fumou”.

A Força Expedicionária Brasileira (FEB) foi mobilizada, com aproximadamente 25 mil militares. O Exército Brasileiro, com seus pracinhas, obteve conquistas expressivas para a vitória dos aliados e coube à Marinha do Brasil (MB) escoltá-los pelo Oceano Atlântico até Gibraltar, na entrada do Mar Mediterrâneo.

A MB defendeu o nosso litoral, com destaque para o episódio conhecido como “Batalha do Atlântico”, e foi responsável pela escolta e proteção de 575 comboios, totalizando 3.164 navios. A Força Aérea Brasileira (FAB) patrulhou o espaço aéreo nacional e europeu no ritmo do lema “Senta a Púa”. A FAB voou para mais de 445 missões, mostrando, nos céus da Itália, a bravura, o desprendimento e a incansável dedicação dos combatentes dos ares.

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Força Expedicionária Brasileira deixa o Brasil para lutar nos campos da Europa

Também houve a participação dos profissionais de saúde das Forças Armadas brasileiras na 2ª GM. Entre eles estavam 67 enfermeiras, que formavam o primeiro grupo brasileiro de mulheres militares a participar do suporte às operações de combate no Brasil. O engajamento silencioso desses profissionais acolhia e tratava combatentes que sofriam os efeitos diretos dos combates.

O combate cobrou um preço alto do Brasil, que perdeu três navios de guerra e teve 33 navios atacados. As batalhas provocaram mais de 1.450 mortes no mar. Além disso, 22 aviões foram abatidos e cerca de 500 brasileiros vieram a óbito na Europa. Entretanto, marinheiros, soldados e aviadores, de forma conjunta, demonstraram coragem e venceram um inimigo bem preparado e determinado, em terreno adverso, enfrentando as restrições impostas pelo rigor do inverno europeu.

“No mar, onde a nossa Marinha foi responsável pelo esforço logístico de guerra, protegendo os comboios que cruzavam o atlântico sul, perdemos cerca de 1500 vidas, nas marinhas de guerra e mercante”, destacou o Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos, em recente visita ao Túmulo do Soldado Desconhecido, na Itália.

Eregido em homenagem aos brasileiros que tombaram em combate nos campos da Itália, o túmulo está localizado na cidade de Pistoia. “Com sangue, suor e lágrimas, a vitória foi conquistada, porém alguns dos nossos não voltaram, tendo tombados no sagrado cumprimento do dever. Quanto aos marinheiros, nos embates no Oceano Atlântico, não tiveram o direito a um túmulo para que as famílias pudessem se despedir. Essa é uma das maiores razões para o profundo respeito e a devoção da nossa Marinha a esses patriotas, sejam eles da Marinha Mercante ou da Marinha de Guerra”, complementou o Comandante da Marinha.

Graças a esses heróis nacionais, hoje, podemos celebrar a vitória dos valores da justiça e da liberdade. Assim, o dia 8 de maio tornou-se símbolo de coragem, sacrifício e devoção de homens e mulheres das nações aliadas, que combateram a opressão, a tirania e o totalitarismo.

Marcelo Barros, com informações da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).