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A Marinha do Brasil sempre esteve na vanguarda da valorização feminina entre as Forças Armadas. Desde 1865, na Guerra da Tríplice Aliança, passando pela atuação das enfermeiras na Segunda Guerra Mundial, até a promoção das primeiras oficiais generais, as mulheres vêm deixando sua marca na história naval do país. No Dia Internacional das Mulheres, celebramos sua coragem, dedicação e as importantes conquistas que consolidaram seu espaço na Marinha.
As Primeiras Mulheres na Marinha: Da Guerra da Tríplice Aliança à Segunda Guerra Mundial
A presença feminina na Marinha remonta à Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), quando algumas mulheres se disfarçaram de soldados para acompanhar os combatentes. O exemplo mais notável é o de Maria Francisca da Conceição, que, para lutar ao lado do marido, cortou os cabelos, vestiu um uniforme e embarcou para o front. Quando seu esposo morreu em combate, Maria tomou suas armas e seguiu lutando, sendo ferida em batalha. Por sua bravura, foi apelidada de Maria Curupaiti, tornando-se um símbolo da resistência e coragem feminina na guerra.
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), as mulheres também tiveram um papel essencial na Marinha do Brasil. Enfermeiras voluntárias atuaram nos hospitais militares, prestando assistência aos feridos de guerra, tanto em território nacional quanto no front europeu. Algumas dessas profissionais acompanharam as tropas brasileiras na Itália, entre 1942 e 1945, trabalhando em condições extremas e demonstrando a importância da presença feminina no cenário militar.
A Evolução da Presença Feminina na Marinha
Embora as mulheres já desempenhassem funções de apoio, foi apenas em 1980 que a Marinha formalizou sua incorporação ao efetivo militar. Com a criação do Corpo Auxiliar Feminino da Reserva da Marinha (CAFRM), elas passaram a atuar oficialmente na Força Naval, tornando-se a primeira Força Armada brasileira a permitir a entrada feminina.
Desde então, muitas barreiras foram quebradas. Em 2012, a Marinha tornou-se também a primeira Força a promover uma mulher ao posto de Oficial General, com a ascensão da Contra-Almirante Médica Dalva Maria Carvalho Mendes. Seis anos depois, em 2018, a Capitão de Mar e Guerra Engenheira Naval Luciana Mascarenhas da Costa Marroni tornou-se a segunda mulher a alcançar o posto de Oficial General.
Outra grande conquista ocorreu em 2017, quando a Escola Naval formou sua primeira turma mista de oficiais, permitindo que mulheres ingressassem na instituição de ensino mais tradicional da Marinha. Em 2019, foi dado mais um passo importante com a inclusão de Aspirantes a Oficial no Corpo da Armada e de Fuzileiros Navais, áreas antes restritas ao público masculino.
O Futuro da Mulher na Marinha do Brasil
O avanço da participação feminina na Marinha segue firme. A partir de 2023, mulheres passaram a ingressar também nas Escolas de Aprendizes Marinheiros e nos Cursos de Formação de Soldados Fuzileiros Navais, completando o processo de inclusão feminina em todos os Corpos, Quadros, escolas e centros de instrução da Força Naval.
Atualmente, mais de nove mil mulheres fazem parte das fileiras da Marinha do Brasil, desempenhando funções que vão desde a administração e a saúde até operações navais e missões estratégicas. Esse crescimento demonstra o compromisso da Instituição com a equidade de gênero e a valorização da competência feminina no meio militar.
O futuro da mulher na Marinha está pautado na ampliação das oportunidades e no fortalecimento da participação feminina em missões nacionais e internacionais. Cada vez mais, elas ocupam cargos de comando e contribuem para a modernização da Força Naval, mostrando que a coragem e o profissionalismo não têm gênero.
Uma trajetória de pioneirismo e conquistas
Desde Maria Curupaiti, que lutou disfarçada na Guerra da Tríplice Aliança, até as oficiais generais e marinheiras de hoje, as mulheres provaram sua capacidade e dedicação à Marinha do Brasil. Seu papel na Força Naval tem sido fundamental para o desenvolvimento e a defesa do país, e suas conquistas refletem um caminho de resistência, superação e excelência profissional.
Neste 8 de março, a Marinha do Brasil reconhece e celebra a história de cada mulher que, com determinação e competência, ajudou a construir essa trajetória. Seu legado continua inspirando novas gerações a servir com orgulho e compromisso.
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