Crise hídrica e humanitária na Ucrânia se agrava após destruição de barragem

O desastre na barragem de Kakhovka levou a uma crise de escassez de água e deslocamento humano, afetando a vida de centenas de milhares de ucranianos

Mheberger, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

A situação humanitária na Ucrânia agravou-se drasticamente desde a destruição da barragem de Kakhovka, deixando 700 mil pessoas sem acesso à água potável. O subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, fez o alarmante alerta.

Além do impacto direto sobre a população local, o cenário também é preocupante para o cenário global de produção de alimentos. Como um dos maiores produtores agrícolas do mundo, a Ucrânia vê seu futuro comprometido pelas inundações que, inevitavelmente, resultarão em menores exportações de cereais. Isso, por sua vez, irá provocar um aumento nos preços e diminuição da disponibilidade de alimentos para milhões de pessoas ao redor do mundo.

O Trabalho da ONU e a Resistência Russa

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A ONU tem se esforçado para minimizar o impacto da crise, principalmente através de grupos de ajuda ucranianos. Conseguiu, até agora, apoiar 30 mil pessoas nas áreas inundadas sob controle ucraniano. Entretanto, encontra resistência em outras áreas, como informou Griffiths. Segundo ele, a Rússia até o momento não permitiu que a ONU tivesse acesso às áreas sob seu controle para prestar ajuda às vítimas das enchentes.

Deslocamento da População e Danos Materiais

O relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) indicou que, embora o nível da água tenha começado a baixar na região afetada, mais de 25 mil casas foram danificadas e o número de pessoas deslocadas continua a crescer. Na região de Khersonska, controlada pela Ucrânia, mais de 2,5 mil pessoas foram forçadas a abandonar suas casas. A situação não é diferente em áreas controladas por Moscou, onde o número de casas inundadas ultrapassa 22 mil.

O desastre na barragem de Kakhovka, na região de Kherson, no sul da Ucrânia, é agora considerado um dos maiores desastres industriais e ecológicos da Europa nas últimas décadas. Enquanto Ucrânia e Rússia trocam acusações sobre a responsabilidade da destruição da barragem, a verdadeira vítima é a população ucraniana, que enfrenta uma crise humanitária sem precedentes, com graves consequências para sua sobrevivência e o futuro econômico do país.

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).