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Em um esforço conjunto para aumentar a eficiência e a segurança da navegação na Baía da Ilha Grande, a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro (CPRJ) e a Delegacia da Capitania dos Portos em Angra dos Reis (DelAReis) participaram de uma série de simulações no Tanque de Provas Numéricas da USP. O objetivo: testar manobras com superpetroleiros e avaliar a viabilidade técnica de ampliar o canal Leste do Terminal Marítimo Almirante Maximiano da Fonseca (TEBIG), um dos mais estratégicos do país.
A engenharia naval por trás das simulações
O Tanque de Provas Numéricas (TPN) da USP, em São Paulo, é uma referência nacional em simulações náuticas de alta precisão. Com tecnologia de ponta, o centro permite recriar cenários marítimos complexos em ambiente controlado, o que se mostrou essencial para a realização dos testes conduzidos pela CPRJ e pela DelAReis.
Durante os dias 13 e 14 de fevereiro, foram simuladas manobras com embarcações de grande porte como os navios-tanque das classes Aframax, Suezmax e VLCC (Very Large Crude Carrier). Cada simulação foi elaborada para representar fielmente as condições hidrográficas, meteorológicas e de tráfego do canal Leste do TEBIG, incluindo marés, ventos e correntes.
Essas simulações geram dados operacionais fundamentais para avaliar limites de segurança, curvas de manobra e distâncias mínimas entre embarcações e estruturas fixas. A expectativa é que os resultados subsidiem decisões técnicas para o eventual aumento do calado, ampliando a capacidade de operação do terminal com segurança e eficiência.
Impacto social e ambiental da ampliação do canal
A ampliação do acesso Leste ao TEBIG não se resume a um avanço técnico — ela possui reflexos diretos sobre a comunidade local. Angra dos Reis pode se beneficiar com o aumento de movimentação portuária, abrindo oportunidades de emprego, dinamizando o comércio local e incentivando investimentos na infraestrutura regional.
Entretanto, esse crescimento precisa ser equilibrado com a preservação ambiental da Baía da Ilha Grande, uma área sensível e de importância ecológica reconhecida. Por isso, as simulações incluíram análises de risco ambiental, considerando rotas alternativas e estratégias de mitigação de impactos, como contenção de vazamentos e rotinas de emergência.
Outro ponto fundamental é a segurança da navegação. Com o aumento do calado e do fluxo de navios, o trabalho de Práticos e Autoridades Marítimas se torna ainda mais vital. A atuação conjunta da Praticagem da Zona 15 e da Marinha garante que qualquer expansão aconteça com base em critérios rigorosos de segurança.
O TEBIG como vetor de desenvolvimento estratégico
Inaugurado nos anos 1980, o Terminal Marítimo Almirante Maximiano da Fonseca (TEBIG) é operado pela PETROBRAS e ocupa posição estratégica na costa sudeste do Brasil. É responsável por boa parte do escoamento de petróleo e derivados extraídos da Bacia de Santos, desempenhando papel crucial na logística energética nacional.
A parceria entre PETROBRAS, Marinha do Brasil e a academia (USP) revela uma abordagem integrada e moderna para o desenvolvimento do setor. Cada instituição contribui com sua expertise, somando conhecimento técnico, operacional e científico para aprimorar a infraestrutura marítima do país.
Caso a ampliação do canal Leste seja aprovada com base nos dados das simulações, o TEBIG poderá receber navios maiores com maior volume de carga. Isso aumenta a competitividade do terminal no cenário internacional e reforça o papel do Brasil como exportador estratégico de energia, num momento em que o mercado global busca fontes seguras e sustentáveis de suprimento.
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