Construção das fragatas Tamandaré avança em Santa Catarina

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Nas águas do porto de Itajaí, a silhueta da Fragata Tamandaré já desponta como símbolo de uma nova era para a Marinha do Brasil. Lançada ao mar em 2024, a embarcação é apenas a primeira de uma série de quatro navios de última geração que estão sendo construídos em ritmo acelerado em Santa Catarina. O projeto, além de modernizar a frota naval, movimenta a indústria nacional com inovação, emprego e transferência de tecnologia.

Tecnologia de ponta moldada em solo brasileiro

Baseadas na consagrada plataforma alemã MEKO A100, as fragatas da classe Tamandaré estão sendo construídas no Estaleiro Brasil Sul, em Itajaí (SC), com adaptação às exigências operacionais da Marinha do Brasil. Os navios serão equipados com sistemas de combate integrados, sensores de última geração, capacidades de guerra antissubmarino, antiaérea e de superfície, além de aptidão para operar helicópteros embarcados.

A Fragata Tamandaré (F-200), primeira da série, já está em fase de comissionamento, com seus sistemas de navegação e combate sendo instalados e testados. A segunda unidade, Jerônimo de Albuquerque (F-201), teve seu batimento de quilha em junho de 2024, e a terceira, Cunha Moreira (F-202), teve a construção iniciada em novembro do mesmo ano. A quarta e última fragata, Mariz e Barros (F-203), será concluída até 2029.

O projeto é conduzido pela EMGEPRON, estatal da Marinha, em parceria com o Consórcio Águas Azuis, formado pela ThyssenKrupp Marine Systems (TKMS) e Embraer Defesa & Segurança. Essa estrutura garante a supervisão técnica da Força Naval e a adoção de padrões internacionais de qualidade e inovação.

Soberania nacional e fortalecimento industrial

Além de representar um salto operacional para a Marinha, o Programa Fragatas Classe Tamandaré (PFCT) impulsiona a base industrial de defesa brasileira. Estima-se que mais de 30 empresas nacionais estejam diretamente envolvidas no desenvolvimento e fornecimento de sistemas e componentes, desde softwares de integração até estruturas metálicas e sistemas embarcados.

A iniciativa promove a transferência de tecnologia inédita, com treinamentos, certificações e desenvolvimento de know-how no setor naval, fortalecendo empresas locais e abrindo caminho para futuras exportações.

Na prática, isso se traduz em geração de empregos qualificados em Santa Catarina e em outros polos industriais do país, consolidando o Estaleiro Brasil Sul como referência em construção naval militar. Além disso, o programa integra a estratégia de presença e vigilância da Amazônia Azul, área marítima sob jurisdição brasileira com mais de 4,5 milhões de km² de importância econômica, energética e ambiental.

Uma nova era para a Marinha do Brasil

Com a entrega prevista das quatro fragatas até 2029, o Brasil se prepara para aposentar gradualmente as veteranas embarcações da classe Niterói, em operação desde a década de 1970. A classe Tamandaré é o marco da renovação da Esquadra Brasileira, com navios projetados para operar por pelo menos três décadas, em cenários convencionais e assimétricos, dentro e fora do país.

Essas embarcações não apenas reposicionam a Marinha no cenário internacional, como também pavimentam o caminho para uma política industrial de defesa robusta e autônoma, com potencial de continuidade em novas encomendas ou projetos derivados.

A construção da classe Tamandaré consolida o entendimento de que a soberania nacional não se limita às fronteiras terrestres, e que investir em defesa marítima é garantir segurança, desenvolvimento e projeção estratégica no século XXI.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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