Congresso autoriza aumento de 9% nos salários militares em 2026

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Em meio a meses de negociação intensa, o Congresso Nacional aprovou nesta semana um reajuste de 9% nos salários dos militares das Forças Armadas. A medida, que impacta cerca de 740 mil pessoas entre ativos, reservistas e pensionistas, integra um esforço do governo para corrigir defasagens salariais, embora tenha sido recebida com críticas por parte dos militares, que pleiteavam um aumento maior.
Impacto orçamentário e ajustes fiscais
O aumento de 9% nos salários dos militares implicará um custo considerável para os cofres públicos. Segundo estimativas do governo federal, a medida deverá consumir cerca de R$ 3 bilhões em 2025 e R$ 5,3 bilhões em 2026, somando os impactos do reajuste que já entrou em vigor e da parcela adicional prevista para janeiro do próximo ano. Economistas alertam para os desafios que isso representa no contexto do ajuste fiscal, uma vez que o país já enfrenta dificuldades para manter o equilíbrio das contas públicas.
O impacto se concentra principalmente no chamado “soldo”, a remuneração básica dos militares, mas há efeitos secundários em benefícios e adicionais, ampliando a necessidade de planejamento financeiro por parte do governo. Integrantes do Ministério da Economia enfatizam que a política de reajuste linear, adotada também para outros servidores públicos, foi uma solução possível dentro dos limites orçamentários.
Reação dos militares e sociedade
A aprovação do reajuste teve uma recepção dividida entre os militares. Representantes das associações de classe manifestaram insatisfação, lembrando que a reivindicação inicial era de um reajuste de 18%. Entre os quadros da ativa e da reserva, há quem enxergue o aumento como positivo, mas insuficiente para recompor perdas salariais acumuladas nos últimos anos, impactadas pela inflação e pelo custo de vida em alta.
Na sociedade civil, o tema também gerou debate. Alguns setores questionaram o aumento em meio à crise econômica e à necessidade de investimentos em áreas como saúde e educação. Por outro lado, defensores do reajuste argumentam que a valorização dos militares é essencial para a manutenção da segurança e da soberania nacional, principalmente diante de desafios geopolíticos recentes.
Histórico de reajustes e política de remuneração militar
O reajuste aprovado pelo Congresso faz parte de uma política mais ampla adotada pelo governo federal para tentar equiparar os vencimentos dos militares das Forças Armadas com os de outras categorias do funcionalismo público. Nos últimos anos, as Forças Armadas receberam aumentos esporádicos, muitas vezes inferiores aos concedidos a outros setores do serviço público, o que gerou críticas internas e pressões por mudanças estruturais na política de remuneração.
Especialistas em administração pública destacam que a valorização dos profissionais de segurança e defesa nacional é uma tendência mundial, mas deve ser acompanhada de políticas de eficiência e modernização dos recursos humanos. A discussão sobre a criação de uma carreira de Estado para os militares é um dos temas em pauta no Congresso, apontando para possíveis mudanças nos próximos anos.
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