Conferência do Forte debate crises globais e segurança internacional no Rio

Não fique refém dos algoritmos, nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias. |
O Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, será palco da XXI Conferência de Segurança Internacional do Forte nesta sexta-feira, 27 de setembro. O evento, que é o maior fórum de segurança da América Latina, abordará as crescentes crises globais e seus impactos na segurança mundial. Com a participação de autoridades das Forças Armadas, acadêmicos e diplomatas, a conferência terá discussões sobre multilateralismo, segurança climática e a influência do crime organizado nas democracias.
Principais temas e discussões da Conferência
A XXI Conferência de Segurança Internacional do Forte abordará tópicos centrais da agenda global de segurança, com painéis e debates que refletem o momento atual de incerteza e desafios crescentes. Um dos painéis mais esperados é o que trata do multilateralismo em crise. O cenário atual de competição entre nações, intensificado pelas incertezas econômicas e tensões geopolíticas, tem levado governos a priorizarem a busca por ganhos relativos em vez de cooperação mútua. A discussão sobre como reformar o multilateralismo para torná-lo mais eficaz em um mundo cada vez mais fragmentado reunirá especialistas, como João Gomes Cravinho, ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, e Melina Risso, Diretora de Pesquisa do Instituto Igarapé.
Outro tema de destaque será o crime organizado e democracia, que coloca em evidência o impacto das organizações criminosas na governança e aplicação da lei, particularmente na América Latina. O painel contará com a presença de Samira Bueno, Diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e Alberto Lara, ex-Vice-Ministro de Segurança e Defesa da Colômbia. A discussão tratará do modo como o crime organizado tem se infiltrado nas estruturas políticas de vários países, comprometendo a integridade das democracias e minando a confiança pública nas instituições de segurança.
Já o painel “O Clima encontra a Segurança” trará à tona a relação entre as mudanças climáticas e a segurança global. O debate, mediado por Feliciano de Sá Guimarães, professor da Universidade de São Paulo, discutirá como as crises climáticas, especialmente em relação à segurança alimentar e energética, podem intensificar tensões geopolíticas. Fabricio Cabrera Ortiz, Diretor da Escola Superior de Guerra da Colômbia, e Kgaugelo Mkumbeni, pesquisadora do Institute for Security Studies da África do Sul, trarão insights sobre como essas questões afetam a segurança internacional, particularmente em regiões mais vulneráveis aos impactos ambientais.
O papel das instituições na segurança internacional
A realização da XXI Conferência de Segurança Internacional do Forte reforça o papel central de instituições como a Fundação Konrad Adenauer (KAS) e o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) na promoção de debates de alta relevância sobre segurança global. Com uma longa história de atuação em prol da paz, justiça e liberdade, a Fundação Konrad Adenauer busca fortalecer as relações internacionais e o desenvolvimento de uma ordem global mais justa. No Brasil desde 1969, a Fundação tem se dedicado a promover discussões sobre governança, democracia e segurança em colaboração com parceiros locais e internacionais.
O CEBRI, por sua vez, tem sido uma das principais vozes no Brasil no que se refere à formulação de políticas públicas voltadas para as relações internacionais. A conferência proporciona um espaço de diálogo para que diplomatas, acadêmicos e autoridades discutam os principais desafios da segurança internacional e proponham soluções concretas. O foco na cooperação Brasil-Europa, facilitada pela presença da Delegação da União Europeia no Brasil, reforça a importância das relações transatlânticas para enfrentar questões globais, como o combate ao crime organizado, mudanças climáticas e a promoção de uma governança global mais equilibrada.
Além disso, o papel das Forças Armadas é um ponto de destaque na conferência. A participação de militares brasileiros e estrangeiros proporciona uma troca de experiências e boas práticas, essencial para o fortalecimento da segurança regional. Em um mundo onde as ameaças transnacionais, como o terrorismo e o crime organizado, estão cada vez mais interconectadas, a cooperação entre forças de segurança de diferentes nações se torna crucial para enfrentar esses desafios de maneira coordenada e eficiente.
Impactos e perspectivas da Conferência para o Brasil
A Conferência do Forte oferece uma oportunidade única para o Brasil refletir sobre seu papel no cenário global e regional de segurança. Com a crescente importância do país nas discussões internacionais, especialmente nas áreas de segurança climática e governança multilateral, as discussões desta edição da conferência podem influenciar diretamente a formulação de políticas públicas no Brasil.
Um dos maiores desafios internos discutidos será o impacto do crime organizado e sua influência na política e segurança nacional. A América Latina, em especial o Brasil, tem enfrentado a expansão das organizações criminosas, que se aproveitam das fragilidades institucionais para ampliar sua influência, tanto na política quanto na economia. A conferência buscará soluções para mitigar essa ameaça, com base nas experiências internacionais e na cooperação entre diferentes setores da sociedade.
Em termos de desafios externos, o Brasil também deve enfrentar uma nova realidade geopolítica marcada por uma crescente recessão democrática e o aumento de tensões em diversas partes do mundo. O ressurgimento autoritário e o nacionalismo exacerbado em diversas democracias consolidadas serão temas discutidos, e o Brasil, como uma das maiores democracias do mundo, será desafiado a se posicionar de forma estratégica nesse novo cenário global.
Por fim, a conferência aponta para perspectivas futuras de cooperação internacional que podem influenciar o Brasil diretamente. A busca por um multilateralismo renovado e mais eficaz, a necessidade de enfrentar as mudanças climáticas de forma coordenada e a urgência em combater o crime organizado são apenas algumas das questões que devem moldar o futuro da política de segurança nacional e internacional do país.
Participe no dia a dia do Defesa em Foco
Dê sugestões de matérias ou nos comunique de erros: WhatsApp 21 99459-4395