Na data de celebração do Dia Internacional da Mulher, a presença das mulheres na Marinha do Brasil (MB), militares e civis, está consolidada. Podem ser citados como exemplos de avanços dos espaços conquistados, nos últimos anos, a promoção da primeira mulher ao posto de Oficial-General, em 2012, a formatura da primeira turma mista de oficiais da Escola Naval, em 2017, e o ingresso de mulheres como Aspirantes a Oficial no Corpo da Armada e de Fuzileiros Navais, em 2019.
Em curto prazo, também está prevista a possibilidade de ingresso, a partir de 2023, nas Escolas de Aprendizes Marinheiros e nos Cursos de Formação de Soldados Fuzileiros Navais, completando-se, assim, o processo de inclusão das mulheres em todos os Corpos, Quadros, escolas e centros de instrução da MB. Atualmente, cerca de nove mil mulheres compõem as fileiras da Marinha.
Destaca-se, também, importantes cargos e funções que vêm sendo ocupados por mulheres, a exemplo da titularidade de organizações militares, da composição de contingentes de Missões de Paz da ONU e de tripulações dos meios da Esquadra, dos Navios da Esperança e dos Navios de Apoio Oceanográfico e Polar, no apoio à pesquisa científica no Continente Antártico.
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Recentemente, a Primeiro-Tenente Enfermeira Iraci Medeiros Bezerra Neta, servindo no Comando da Flotilha do Amazonas, tornou-se a primeira mulher da MB a atingir a marca de 1.000 dias de mar. Durante uma visita recente do Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos, ao Comando do 9º Distrito Naval (Manaus-AM), a Primeiro-Tenente Araci afirmou que foi a carência da população ribeirinha e o trabalho realizado pela Marinha que a fez ter vontade de compor os quadros da MB. “Algumas comunidades são bem necessitadas. São idosos, crianças e adultos que precisam muito de nosso apoio e isso é um orgulho pra todos nós”.
“Mais do que o ineditismo do feito em si, atingido após sete anos de navegação nos rios da Amazônia, também nos enche de orgulho o enorme valor humano do trabalho realizado pela Tenente Iraci, ao longo de todo esse tempo, em benefício da saúde de milhares de brasileiros”, destacou o Comandante da Marinha.
Mulheres na Marinha
No dia 7 de julho de 1980, foi promulgada a Lei nº 6.807, tornando a Marinha pioneira na participação das mulheres nas fileiras das Forças Armadas. Nascia, assim, o Corpo Auxiliar Feminino da Reserva da Marinha (CAFRM), formado pelo Quadro Auxiliar Feminino de Oficiais (QAFO) e pelo Quadro Auxiliar Feminino de Praças (QAFP). Na época, o ingresso das mulheres na Marinha constituiu um marco de grande repercussão na sociedade brasileira.
Com a Lei nº 9.519, de 26 de novembro 1997, foi extinto o CAFRM e, de acordo com as habilitações de origem, as mulheres passaram a integrar os respectivos Corpos e Quadros existentes para o sexo masculino, possibilitando o ingresso como Oficiais nos Corpos de Engenheiros e de Intendentes da Marinha, e nos Quadros de Médicos, de Cirurgiões-Dentistas, de Apoio à Saúde e Técnico, em igualdade de condições no acesso às promoções e cursos.
A trajetória de pioneirismo das mulheres na Marinha do Brasil, portanto, foi um processo gradual e exitoso. A partir de 1998, decorrente da reestruturação de Corpos e Quadros, a inserção da mulher na Força Naval foi ampliada com a promoção da primeira brasileira ao posto de Oficial General das Forças Armadas em 2012, a Contra-Almirante Médica Dalva Maria Carvalho Mendes, e, em 2018, ratificada com a inclusão de mais uma militar no círculo de Oficiais Generais, a Contra-Almirante Engenheira Naval Luciana Mascarenhas da Costa Marroni.
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