CMG Marcelo Felipe discute políticas públicas para a Economia do Mar no Rio de Janeiro

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No coração do Clube Naval, a palestra do Capitão de Mar e Guerra (CMG) Marcelo Felipe Alexandre trouxe à tona discussões profundas sobre o papel da Economia do Mar como uma política pública estratégica para o desenvolvimento do Rio de Janeiro. Com ênfase na recente criação da Secretaria Estadual de Energia e Economia do Mar, Felipe detalhou projetos inovadores que visam transformar o estado em um hub de excelência marítima, reforçando a importância do setor para a prosperidade do Brasil.
A Secretaria de Energia e Economia do Mar
Durante a palestra, o CMG Marcelo Felipe destacou a importância da criação da Secretaria de Energia e Economia do Mar, a primeira deste tipo no Brasil. O foco da nova secretaria é fomentar o uso sustentável dos recursos marítimos do estado, ao mesmo tempo em que promove o desenvolvimento econômico. Com uma estrutura que abrange subsecretarias dedicadas a áreas como biotecnologia marinha, pesca e aquicultura, indústria naval e energias renováveis, a secretaria busca criar um ecossistema integrado que favoreça tanto a economia quanto a preservação ambiental.
Projetos em andamento
Entre os projetos destacados por Felipe está o Polo Naval Pesqueiro, uma iniciativa que busca revitalizar o setor pesqueiro do Rio de Janeiro. Localizado no bairro do Caju, o polo está sendo estruturado para atrair empresas do setor pesqueiro, com a meta de reativar o processamento de pescado no estado. Felipe mencionou que, nos últimos anos, o Rio de Janeiro perdeu relevância para outros estados como Santa Catarina, mas há esforços concentrados para reverter esse cenário.
Outro projeto inovador é o Centro de Emergências Energéticas, que funciona em parceria com o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC). Esse centro tem como objetivo monitorar e reagir a crises energéticas no estado, consolidando o Rio de Janeiro como um protagonista não só na produção de petróleo e gás, mas também em novas energias, como a nuclear e as renováveis.
Desafios e metas para a Economia do Mar
Um dos grandes desafios apontados pelo CMG Marcelo Felipe é a necessidade de dados precisos para formular políticas públicas eficazes. A falta de informações detalhadas sobre a economia marítima dificulta o planejamento de ações e a definição de metas claras. Para enfrentar esse desafio, a secretaria está investindo no levantamento de dados sobre o setor, desde a produção pesqueira até a capacidade dos estaleiros locais.
Legislação e normativas
A palestra também abordou a necessidade de adequação do Brasil às normativas internacionais, como a Convenção de Hong Kong, que regulamenta o descomissionamento de embarcações de maneira ambientalmente responsável. Felipe ressaltou que a internalização dessas normas é fundamental para que o estado do Rio de Janeiro se torne competitivo no cenário global, especialmente no que diz respeito ao descomissionamento naval — um mercado que pode movimentar bilhões de dólares nas próximas décadas.
Parcerias estratégicas
Para garantir o sucesso das iniciativas voltadas para a Economia do Mar, o CMG Marcelo Felipe enfatizou a importância das parcerias estratégicas entre o governo, a academia e o setor privado. Ele destacou o tripé formado por governo, universidades e indústria como a base para a inovação e o progresso sustentável do setor marítimo. As universidades, como a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), já estão envolvidas em projetos de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias voltadas para a economia azul.
Colaboração com a academia
Grupos acadêmicos têm se dedicado a estudar a economia azul, desenvolvendo pesquisas sobre biotecnologia marinha, energias renováveis e soluções para o descomissionamento de plataformas de petróleo. Além disso, o envolvimento da Escola de Guerra Naval e da Escola Naval na formação de profissionais especializados foi ressaltado como um diferencial do estado para consolidar sua liderança no setor marítimo.
Indústria e governo
O sucesso da economia do mar também depende de uma colaboração eficaz entre o setor industrial e o governo. A participação de estaleiros, como os situados na Baía de Guanabara, é vista como crucial para impulsionar a construção naval e a manutenção de embarcações pesqueiras e comerciais. Segundo Felipe, com a implementação de políticas públicas adequadas, o estado pode aproveitar seu enorme potencial e atrair investimentos que gerem novos postos de trabalho e aumentem a competitividade do Rio de Janeiro no cenário nacional e internacional.
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