Ilustração de um estágio inicial da ILRS na superfície da Lua. Imagem: CAST (China Association for Science and Technology)

China e Rússia oficializaram nesta terça-feira (9) um acordo para a construção de uma estação de pesquisa na Lua, chamada Estação Internacional de Pesquisa Lunar (ILRS, International Lunar Research Station).

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A assinatura dos termos foi feita em uma cerimônia virtual que contou com a presença de Zhang Kejian, diretor da China National Space Administration (CNSA, a agência espacial chinesa) e Dmitry Rogozin, diretor-geral da Roscosmos (a agência espacial russa).

A instalação será uma base construída na superfície ou órbita lunar, que poderá realizar atividades de pesquisa científica multidisciplinar e multi-objetivo, incluindo exploração e utilização de recursos, observação lunar, experimentação científica básica e validação técnica, além de operação autônoma a longo prazo.

Espera-se que a ILRS seja construída no polo sul da Lua. Segundo a CNSA e a Roscosmos, a participação no projeto está “aberta a todos os países e parceiros nacionais interessados”.

China ILRS
Ilustração de um estágio inicial da ILRS na superfície da Lua. Imagem: CAST (China Association for Science and Technology)

Os países estão aproximando seus programas espaciais. Após o sucesso da Chang’e 5, que retornou amostras da superfície lunar em dezembro passado, a China prepara duas missões com foco no polo sul de nosso satélite: a Chang’e 6 coletará e trará de volta amostras do solo da região, e a Chang’e 7 usará um rover, uma sonda voadora e um satélite para explorar o local.

Já a Rússia está preparando três missões para a “década de 20”, a Luna 25, 26 e 27, dando continuidade ao programa de exploração lunar iniciado pela União Soviética em 1959 e interrompido após o retorno da Luna 24 em 1976.

Os países irão cooperar na Chang’e 7 e Luna 27, e também assinaram um acordo para o desenvolvimento de um data center para suporte a missões de exploração lunar e do espaço profundo.

Segundo o SpaceNews, as fases iniciais da ILRS provavelmente serão compostas de múltiplas espaçonaves e robôs independentes trabalhando em conjunto, em vez de um espaço físico unificado como é a Estação Espacial Internacional. Entretanto, a Roscosmos não descarta a presença humana após a conclusão da “etapa robótica” do projeto.

A agência espacial europeia (ESA) assinou recentemente um memorando para colaborar com a Nasa na construção de uma estação espacial em órbita lunar, chamada de Lunar Gateway, que servirá como ponto de apoio para missões tripuladas. Entretanto, a agência não descarta uma eventual cooperação com a China.

“Na ESA estamos acompanhando atentamente os planos chineses para exploração lunar para ver se há convergência de interesses entre nossos programas, principalmente as missões Chang’e 6, 7 e 8, e também a iniciativa ILRS”, disse Karl Bergquist, diretor de relações internacionais da ESA ao SpaceNews.

Fonte: SpaceNews e Olhar Digital

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).