Brasil reúne países para enfrentar ameaças marítimas no Atlântico

Simpósio Segurança Marítima Transatlântica, painel de discussão.
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Durante três dias, o Rio de Janeiro se tornou o centro das discussões sobre segurança marítima transatlântica, reunindo representantes civis e militares de três continentes no 2º Simpósio de Segurança Marítima Transatlântica. Realizado pela Marinha do Brasil (MB) em parceria com centros estratégicos internacionais, o evento destacou o papel do Brasil na construção de soluções para enfrentar ameaças híbridas, como pirataria, tráfico internacional e ataques cibernéticos, em um mundo cada vez mais multipolar. O encontro reforçou que a proteção do Atlântico exige ações integradas, conhecimento técnico e cooperação entre as nações.

Cooperação tecnológica e vigilância no Atlântico

Conferência da Marinha do Brasil com apresentação visual.

A segurança marítima no século XXI está cada vez mais ligada à tecnologia. No simpósio, especialistas defenderam a integração de sistemas de vigilância, uso de inteligência artificial, drones e sensores remotos para ampliar a consciência situacional marítima. O Capitão de Mar e Guerra Ricardo Morata, comandante do COMPAAz, ressaltou que, sem sistemas interconectados e interoperáveis, as ameaças permanecem invisíveis.

As discussões mostraram que as tecnologias disruptivas, como drones navais e plataformas autônomas de vigilância, estão revolucionando a forma de proteger a Amazônia Azul e todo o Atlântico Sul. Os painéis também abordaram o uso de satélites e big data para prever riscos, coordenar respostas rápidas e compartilhar informações em tempo real entre marinhas amigas.

Segurança coletiva e governança marítima

A segurança no Atlântico não é apenas um desafio militar: é também uma questão de governança internacional. O simpósio reforçou a ideia de que segurança marítima é um bem público global, cuja proteção deve ser baseada na responsabilidade compartilhada entre os países, conforme destacou o Almirante Arthur Bettega Corrêa.

Durante as mesas-redondas, foram debatidas ações para o combate ao crime organizado transnacional, tráfico de armas, drogas e pessoas, pesca ilegal e ameaças cibernéticas. Também foram apontadas boas práticas de cooperação entre marinhas, integração com forças policiais e ações coordenadas com agências internacionais de segurança.

Estratégia brasileira e liderança no Atlântico Sul

O Brasil, por meio da Marinha, demonstrou liderança estratégica na condução dos debates. Ao reafirmar seu compromisso com a Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS), o país reforçou seu papel como ator chave na segurança do Atlântico. A presença de países da América Latina, África e Europa reforça a dimensão geopolítica do evento.

Além do discurso, o Brasil demonstrou, com a realização do simpósio, sua capacidade de promover o diálogo e incentivar arranjos institucionais voltados à segurança marítima. O evento é uma resposta às novas ameaças híbridas que desafiam as capacidades tradicionais de defesa, exigindo preparo técnico, parcerias sólidas e visão estratégica.

Ao final dos debates, as delegações acordaram propostas para ampliar operações combinadas, intercâmbios de capacitação, uso de tecnologia nacional e compartilhamento de informações entre as marinhas do Atlântico. A Estação Naval do Rio de Janeiro e o CEPE-MB continuam na liderança desses esforços, consolidando o Brasil como guardião da segurança regional.

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