Brasil inicia projeto para planejar o futuro da Amazônia Azul

Não fique refém dos algoritmo, nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias.

Com apoio financeiro do BNDES e coordenação da Marinha do Brasil, o país deu início à primeira etapa do Planejamento Espacial Marinho (PEM), voltado para o uso sustentável da Amazônia Azul. O projeto começou pela região Sul e busca mapear, organizar e integrar os diversos usos do espaço marítimo brasileiro até 2030, incluindo setores como pesca, energia e meio ambiente.

Detalhamento técnico do PEM e seu impacto estratégico

O estudo técnico do Planejamento Espacial Marinho (PEM) será conduzido pela empresa gaúcha Codex Remote, especializada em inteligência geográfica e governança de dados, com financiamento de R$ 7 milhões não reembolsáveis provenientes do Fundo de Estruturação de Projetos do BNDES (BNDES FEP). O projeto tem prazo de execução de 36 meses e foi oficialmente apresentado na sede do banco, no Rio de Janeiro.

A proposta envolve a criação de um mapa multifuncional do litoral brasileiro, capaz de integrar dados sobre biodiversidade, zonas de pesca, áreas de energia eólica offshore, transporte marítimo, turismo, e locais de relevância ambiental. A região Sul, que concentra cinco dos dez maiores portos do país, além de importantes centros de pesquisa, foi escolhida para iniciar o projeto-piloto.

A ferramenta permitirá aos gestores públicos tomar decisões baseadas em dados científicos e promover o uso ordenado e sustentável do espaço marinho, um passo essencial para garantir segurança jurídica e atrair investimentos no setor da economia azul.

Participação interinstitucional e governança compartilhada

O PEM é coordenado pela Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), sob comando da Marinha do Brasil, com participação de diversos ministérios, incluindo o Ministério do Meio Ambiente, o Ibama, o BNDES, universidades e órgãos estaduais e municipais.

A gestão do projeto é participativa, com previsão de envolvimento direto de comunidades costeiras, atores locais, cientistas e representantes do setor produtivo. A Codex Remote, selecionada por edital, será responsável por garantir essa articulação institucional e social ao longo de todo o processo.

Durante a apresentação oficial, estiveram presentes o Contra-Almirante Ricardo Jaques Ferreira, secretário da CIRM; representantes do BNDES e de instituições acadêmicas como a UFRGS e a FURG. Segundo os coordenadores, a ideia é dar ampla visibilidade ao andamento e aos resultados do projeto, promovendo transparência e legitimidade social.

Amazônia Azul como ativo econômico, ambiental e geopolítico

A Amazônia Azul é um conceito geopolítico que representa os cerca de 5,7 milhões de km² de espaços marítimos sob jurisdição brasileira. Essa área abriga grande parte da biodiversidade nacional, recursos energéticos estratégicos e é responsável por 95% do comércio exterior brasileiro, além de responder por 20% do PIB nacional e 25% dos empregos.

Ao lançar o PEM, o Brasil dá um passo decisivo para fortalecer sua soberania sobre o território marítimo, ordenando o uso do mar e fomentando a economia azul, que inclui atividades como pesca, turismo, exploração de petróleo e gás, energia renovável, transporte marítimo e conservação ambiental.

A iniciativa também está alinhada com a nova frente de atuação do BNDES Azul, que visa financiar projetos sustentáveis na área costeiro-marinha, como a descarbonização da frota naval, infraestrutura portuária verde e recuperação de ecossistemas costeiros, como os manguezais.

Foto: Rossana Fraga – BNDES / Divulgação

Com informações do BNDES

Participe no dia a dia do Defesa em Foco

Dê sugestões de matérias ou nos comunique de erros: WhatsApp 21 99459-4395

Apoio

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor insira seu comentário!
Digite seu nome aqui