Brasília (DF) 24/05/2023 Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, participa de reunião da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara. Foto Lula Marques/ Agência Brasil.

Mauro Vieira, Ministro das Relações Exteriores, expressou na quarta-feira (24) a expectativa do Brasil de firmar o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia até o fim do ano. Contudo, o chanceler apontou que o governo brasileiro está analisando um documento europeu com novos critérios ambientais que poderiam desbalancear as negociações.

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Equilíbrio e Respeito nas negociações

“Esperamos um instrumento equilibrado, com ganhos reais para ambas as partes, tanto em termos de comércio quanto de investimentos. No entanto, não aceitamos que a preocupação legítima com o meio ambiente – que compartilhamos – seja utilizada como pretexto para exigências desproporcionais, para a adoção de medidas de viés protecionista ou, no limite, para retaliações descabidas”, declarou Vieira durante uma audiência pública na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.

Defesa da integração regional

O chanceler Mauro Vieira destacou a recente reintegração do Brasil à Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e defendeu a Unasul, argumentando que muitas crises foram solucionadas no âmbito do grupo. Ele citou o compromisso de Lula, durante a campanha eleitoral, de revalorizar a integração regional. “Estamos conscientes de que existem diferentes expectativas e visões na região sobre a integração, mas estamos igualmente convencidos de que existem denominadores comuns, começando pelo reconhecimento da necessidade de trabalhar em conjunto com nossos vizinhos imediatos para enfrentar os múltiplos desafios que compartilhamos”, afirmou Vieira.

Visão construtiva sobre o conflito Rússia-Ucrânia

O ministro abordou a postura do Brasil em relação ao conflito entre Rússia e Ucrânia, descrevendo-a como um “equilíbrio construtivo”. Ele condenou a invasão do território ucraniano, mas criticou o que chamou de “cancelamento” da Rússia pela comunidade internacional, o que, em sua opinião, dificulta o diálogo para o fim da guerra. Em relação à recente cúpula do G7 realizada em Hiroshima, no Japão, onde estava previsto um encontro entre o presidente Lula e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que não aconteceu, Vieira esclareceu que a iniciativa de um encontro entre Brasil e Ucrânia partiu do próprio país europeu.

Balanço das ações diplomáticas

Como balanço, o chanceler Mauro Vieira informou que já se encontrou com 90 interlocutores estrangeiros e que o presidente Lula teve conversas com representantes de 30 países. Ele mencionou ainda as negociações em curso com os países sul-americanos sobre segurança nas fronteiras e com os Estados Unidos sobre mudanças climáticas.

Com informações da Agência Câmara