Brasil Condena Agressão Russa e Advocacia por Reforma no Conselho de Segurança da ONU

Ministro Mauro Vieira discute posição do Brasil sobre conflito Ucrânia-Rússia e a necessidade de reforma no Conselho de Segurança da ONU

Lula Marques/ Agência Brasil.

Na quinta-feira (11), o Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, pronunciou-se sobre a atual tensão entre Rússia e Ucrânia. Em uma audiência na Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, o ministro reiterou a condenação do Brasil à violação da integridade territorial da Ucrânia pela Rússia. Contudo, o chanceler também afirmou que o governo brasileiro se opõe ao isolamento da Rússia nos fóruns internacionais. “Condenamos a violação da integridade territorial ucraniana no Conselho de Segurança da ONU, assim como na Assembleia Geral das Nações Unidas. Ao mesmo tempo, nos posicionamos contra as tentativas de isolamento da Rússia nos foros internacionais”, afirmou.

O papel do Brasil na busca pela paz

Em meio ao conflito, o vice-ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Melnyk, expressou na quarta-feira (10) que o Brasil poderia desempenhar um papel significativo para conter a agressão russa e alcançar uma paz duradoura e justa. O chanceler brasileiro reforçou que o Brasil não tem interesse em tomar partidos, mas sim em manter canais de diálogo abertos com todos os envolvidos. “Não estamos interessados em tomar lados, mas em preservar canais de diálogo com todos, única maneira de contribuir efetivamente para a construção de espaços de negociação que conduzam à paz efetiva e sustentável”, argumentou Vieira.

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Necessidade de reforma no Conselho de Segurança da ONU

Durante a audiência, o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) defendeu a revisão do modelo de composição de membros e votação no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). O ministro Mauro Vieira concordou com a necessidade de reforma deste organismo internacional para ser mais efetivo. “Não é possível que, 78 anos depois da criação da organização, ainda continuamos com as regras de 1945. O mundo já não é mais o mesmo. Hoje, há 193 países”, destacou o ministro. Ele também enfatizou a importância da inclusão de nações em desenvolvimento, como o Brasil, Índia e Indonésia, nas decisões mundiais sobre paz e segurança.

A retomada da articulação junto ao Brics

Além disso, o chanceler declarou que uma das prioridades do Brasil é a retomada da articulação junto ao Brics, bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. “Retomamos o nosso pleno engajamento com os Brics, mecanismo indispensável para um mundo verdadeiramente multipolar”, afirmou Vieira. A próxima cúpula do Brics, agendada para agosto, será um palco para esforços conjuntos em prol da governança global e do fortalecimento do multilateralismo.

Vieira destacou a eleição da ex-presidenta Dilma Rousseff como líder do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também conhecido como Banco dos Brics. Para o chanceler, essa eleição é sinônimo de prestígio e uma oportunidade de orientar a agenda de concessão de créditos da instituição, que tem ampla capacidade de financiamento de projetos estruturantes e de desenvolvimento.

A agenda internacional do governo brasileiro

Em sua exposição durante a audiência pública, o Ministro Mauro Vieira também fez um balanço da agenda internacional do governo federal desde janeiro de 2023. As prioridades do Brasil incluem a recuperação da integração regional, o combate às mudanças climáticas, o enfrentamento à fome e à insegurança alimentar, apoio a brasileiros no exterior e a ampliação do intercâmbio comercial, entre outras.

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal ainda irá sabatinar diplomatas do Itamaraty que são candidatos a nove postos em embaixadas do Brasil no exterior, marcando a continuidade do debate sobre a política externa brasileira.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).