Em um movimento estratégico de grande importância, o Exército Brasileiro realizou o deslocamento de materiais de emprego militar para a região de Roraima, marcando um novo capítulo na defesa nacional. Esta operação, designada Operação Roraima, incluiu a transferência de dezenas de Mísseis Superfície-Superfície 1.2 Anticarro (MSS 1.2 AC), uma tecnologia totalmente desenvolvida em território nacional, simbolizando um avanço notável na autossuficiência e capacidade tecnológica do Brasil.

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Mobilização Logística e a Sinergia das Forças Militares

A operação, meticulosamente planejada e conduzida pelo 9° Grupamento Logístico, sob a coordenação do Comando Logístico (COLOG) e do Comando Militar do Oeste (CMO), teve como objetivo fortalecer o 18° Regimento de Cavalaria Mecanizado, a mais nova unidade do Comando Militar da Amazônia. A complexidade logística envolvida no deslocamento de um esquadrão de cavalaria mecanizada da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada de Campo Grande (MS) até Boa Vista (RR) é um testemunho da capacidade organizacional e operacional das forças armadas brasileiras. O trajeto de mais de 2.100 quilômetros, superando desafios terrestres e fluviais, ilustra a eficiência e a precisão logística do Exército Brasileiro.

Soberania Tecnológica: O MSS 1.2 AC

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O MSS 1.2 AC representa um marco no desenvolvimento tecnológico nacional. Avaliado pelo Centro de Avaliações do Exército (CAEx), o míssil foi desenvolvido em estreita colaboração entre engenheiros e técnicos da empresa SIATT Engenharia, Industria e Comércio LTDA, militares do Centro Tecnológico do Exército (CTEx), além de representantes da Marinha do Brasil. Este esforço conjunto reflete a filosofia da tríplice hélice, a sinergia entre forças armadas, indústria e academia, fundamental para o fortalecimento da Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS). A adoção de tecnologia 100% nacional não apenas reforça a segurança nacional, mas também promove a independência tecnológica do país.

Capacidades e Aplicações do Sistema de Armas MSS 1.2 AC

O MSS 1.2 AC é mais que um míssil; é um sistema de armas de alta precisão, projetado para neutralizar ameaças a até 4000 metros, e capaz de perfurar blindagens de até 500 milímetros. Sua versatilidade permite que seja empregado contra uma gama diversificada de alvos, de veículos blindados a construções fortificadas, demonstrando sua eficácia em diferentes cenários de combate. A tecnologia de guiamento “beam-rider”, que exige a precisão e o controle do operador, juntamente com a mira óptica e o feixe laser codificado, garante a precisão e a eficácia do sistema.

Este deslocamento estratégico de materiais de emprego militar não é apenas uma demonstração de força e capacidade. É uma afirmação da autonomia tecnológica do Brasil, da competência das suas forças armadas e da sua resiliência e inovação. A Operação Roraima reafirma o compromisso do Brasil com a defesa da sua soberania e a proteção das suas fronteiras, mostrando ao mundo a capacidade do país de desenvolver e empregar tecnologias avançadas em defesa da nação.

Marcelo Barros, com informações do Exército Brasileiro
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).