AMAZUL e CNEN destacam licenciamento do RMB em Viena

Na foto: PATRICIA MORAIS MATTAR (IPEN), Frederico Genezini (IPEN), Danas Ridikas (International Atomic Energy Agency (IAEA), Jose Augusto Perrotta (IPEN) e Daniel Honorio na Conferência sobre Reatores de Pesquisa.
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O Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), um dos projetos mais estratégicos do país, ganhou destaque na Conferência Internacional da IAEA em Viena. Liderada por profissionais da AMAZUL e da CNEN, a apresentação abordou o equilíbrio entre o avanço científico e a conservação ambiental, ressaltando a relevância global do projeto.

Aspectos técnicos do licenciamento do RMB

A apresentação destacou os desafios enfrentados para garantir o cumprimento das rigorosas normas ambientais e nucleares que regulam o RMB. O licenciamento ambiental, conduzido pela CNEN com apoio técnico da AMAZUL, atende a uma série de exigências estabelecidas pelo IBAMA, incluindo o monitoramento ambiental iniciado em 2020.

Esse monitoramento abrangeu a qualidade das águas superficiais e subterrâneas, a fauna e a flora locais, os níveis de ruído e os aspectos socioeconômicos da região. Tais análises são essenciais para assegurar que o projeto seja desenvolvido com o menor impacto possível ao meio ambiente, cumprindo tanto as exigências nacionais quanto os padrões internacionais estabelecidos pela IAEA.

No âmbito nuclear, a CNEN lidera um processo criterioso de licenciamento que garante a segurança do reator e de suas operações. A integração entre os aspectos ambientais e nucleares demonstra a capacidade do Brasil de avançar na pesquisa tecnológica sem negligenciar a sustentabilidade e a segurança.

Relevância socioambiental do projeto RMB

Os compromissos socioambientais do projeto RMB têm gerado resultados expressivos. Um dos principais esforços foi o plantio de mais de 9.500 árvores nativas, que contribuem para a restauração e conservação de corredores ecológicos na região do empreendimento. Essa ação, além de mitigar impactos ambientais, reforça o compromisso do projeto com a biodiversidade local.

Outro marco importante foi a prospecção arqueológica realizada como parte das condicionantes ambientais. O trabalho resultou na descoberta de um significativo sítio arqueológico relacionado ao povo tupi-guarani, um achado que valoriza o patrimônio cultural da região e reforça o cuidado do projeto com aspectos históricos e sociais.

Essas ações socioambientais evidenciam que o RMB não é apenas um avanço tecnológico, mas também um modelo de equilíbrio entre desenvolvimento e preservação ambiental.

Perspectiva internacional e científica

A participação da AMAZUL e da CNEN na Conferência da IAEA reforçou a importância do RMB no cenário global de pesquisa nuclear. O engenheiro ambiental Daniel Honorio, da AMAZUL, apresentou o artigo “Balancing Development and Preservation: Environmental and Nuclear Licensing Aspects of the Brazilian Multipurpose Reactor – RMB”, destacando as estratégias que permitem ao Brasil atender às exigências ambientais e nucleares sem comprometer o avanço científico.

O trabalho também contou com coautores da AMAZUL, como Marcelo Zanellati, Naylson Ferreira e Carlos Alberto da Fonseca, além de pesquisadores da CNEN liderados por Patricia Pagetti de Oliveira. Juntos, esses profissionais demonstram como o RMB posiciona o Brasil como um protagonista no desenvolvimento de tecnologia nuclear voltada para a pesquisa, a medicina e a inovação científica.

A presença brasileira em um evento promovido pela IAEA reafirma o compromisso do país com os padrões internacionais de segurança e sustentabilidade. O RMB é mais do que um reator: é uma referência de como ciência, tecnologia e preservação ambiental podem caminhar juntas.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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