Amazônia Azul e Nordeste: vigilância por mar, ciência e soberania

Ilustração militar com radar, navio e avião.
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Invisível a olho nu, mas essencial para a soberania nacional, a Amazônia Azul abriga recursos minerais, biodiversidade e rotas estratégicas. Com destaque para a costa nordestina, este artigo analisa o papel da região na vigilância marítima, na produção científica e na proteção do território marítimo brasileiro frente a desafios climáticos e geopolíticos.

Sistemas de monitoramento e a atuação da Marinha na costa nordestina

A Amazônia Azul, com seus mais de 4,5 milhões de km², representa uma das maiores áreas marítimas jurisdicionais do mundo. No Nordeste, onde o Brasil avança em direção ao Atlântico, o papel da Marinha do Brasil é fundamental. Navios como o NPaOc Araguari (P 122) e unidades distritais do 2º, 3º e 4º Distritos Navais garantem a presença constante da Força Naval, com ações de patrulhamento, fiscalização pesqueira e combate a ilícitos marítimos.

Mapa de sistemas de monitoramento marítimo no Brasil.

Para o futuro com a evolução do Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz),  será complementado com o emprego de aeronaves de reconhecimento, satélites geoestacionários, radares e sensores oceânicos em pontos estratégicos, como Salvador, Maceió, Natal e Fortaleza. Essas tecnologias são essenciais para detectar embarcações irregulares, proteger rotas comerciais e garantir a integridade da plataforma continental brasileira.

A ciência oceânica e o envolvimento de universidades e centros de pesquisa do Nordeste

A proteção da Amazônia Azul vai além da segurança militar: passa pela produção de conhecimento científico. Instituições como a Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e o Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) têm se destacado em projetos voltados à bioprospecção marinha, mudanças climáticas, poluição oceânica e modelagem de correntes marítimas.

Estação Científica São Pedro e São Paulo, Brasil

Essas pesquisas contribuem para o uso sustentável dos recursos da Amazônia Azul, promovendo o equilíbrio entre exploração econômica e conservação ambiental. A articulação entre ciência e Defesa, com programas como o Ciência do Mar e a Rede Azul, permite que o Nordeste se transforme em um epicentro da inovação oceânica, com impactos positivos para a segurança alimentar, farmacologia, energia e gestão de riscos ambientais.

O valor estratégico da Amazônia Azul e o protagonismo do Nordeste

O conceito de Amazônia Azul reforça a ideia de que o mar é uma extensão do território brasileiro — e, como tal, exige defesa, planejamento e valorização. O Nordeste, com sua extensa faixa litorânea e proximidade com rotas atlânticas e com o continente africano, é ponto de projeção de poder, cooperação internacional e desenvolvimento da economia azul.

Além dos recursos naturais, a região é estratégica para a instalação de portos inteligentes, bases navais, plataformas energéticas e centros de monitoramento climático. O futuro da soberania marítima brasileira passa pelo fortalecimento das capacidades locais, unindo Defesa, ciência, tecnologia e consciência ambiental em um mesmo projeto nacional.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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