Almirante Tamandaré inspira gerações na Marinha

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A trajetória de Tamandaré transcende o tempo. Patrono da Marinha do Brasil, sua memória permanece viva nas palavras, nas tradições e nas ações de cada marinheiro que veste a farda. No dia 20 de março, data de seu falecimento em 1897, o país relembra com reverência aquele que dedicou a vida ao fortalecimento do poder naval brasileiro.

A trajetória militar de Tamandaré e suas campanhas

Joaquim Marques Lisboa ingressou na Marinha ainda adolescente, aos 15 anos, como aspirante. Desde cedo, demonstrou bravura e comprometimento com a Pátria. Participou da Guerra da Cisplatina (1825-1828), ainda muito jovem, e destacou-se posteriormente nas Campanhas do Sul, como a Guerra da Farroupilha e a Guerra contra Oribe e Rosas, no Prata.

Seu nome, no entanto, ficou gravado de forma definitiva na história militar brasileira durante a Guerra do Paraguai (1864-1870), onde atuou como Comandante em Chefe das Forças Navais. Demonstrou habilidade estratégica, liderança firme e profundo conhecimento da arte da guerra naval. Foi também defensor de reformas na Marinha Imperial, incentivando a profissionalização da tropa, a introdução de novas tecnologias e o fortalecimento da frota.

Tamandaré alcançou o posto máximo da Marinha: Almirante, sendo o primeiro oficial-general a ocupar a patente no Brasil. Sua atuação consolidou o papel da Força Naval como instrumento essencial da soberania e da projeção de poder do Estado brasileiro.

O legado ético, humano e institucional de Tamandaré

Além de suas vitórias em campo, Tamandaré construiu um legado baseado na ética, na lealdade e no respeito ao dever militar. Era admirado tanto por seus superiores quanto por seus subordinados. Considerado um líder austero, mas justo, era conhecido por sua preocupação com o bem-estar dos marinheiros sob seu comando.

Um dos aspectos mais lembrados de sua biografia é o testamento deixado antes de sua morte, no qual escreveu a célebre frase:
“Honrai a Marinha, que a Marinha vos honrará.”

Mais do que uma recomendação, essas palavras tornaram-se um símbolo de conduta e pertencimento para gerações de militares navais. Como Patrono da Marinha do Brasil, sua imagem é evocada em cerimônias, formações e juramentos, sendo referência moral e histórica para os que ingressam na Força.

Sua figura também serve como elo entre as gerações — um farol que ilumina o caminho dos que hoje protegem o litoral, a soberania marítima e a Amazônia Azul, missão que ele ajudou a fundar com sua visão de futuro e patriotismo inabalável.

O impacto histórico de Tamandaré na identidade nacional

No século XIX, Joaquim Marques Lisboa foi mais do que um militar: foi um símbolo da unidade nacional em formação. Sua vida atravessou três reinados, guerras internas e externas, crises políticas e transformações institucionais — e ele esteve sempre a serviço do Brasil. Por isso, foi reconhecido oficialmente como Herói da Pátria, tendo seu nome inscrito no Livro dos Heróis Brasileiros, no Panteão da Pátria, em Brasília.

O legado de Tamandaré está presente nos monumentos erguidos em sua homenagem, como a estátua na Praça XV, no Rio de Janeiro, e na cidade que leva seu nome, Tamandaré (PE). Sua memória é preservada em instituições militares, navios, escolas e espaços culturais da Marinha do Brasil, perpetuando seu exemplo entre marinheiros e civis.

Mais do que uma homenagem póstuma, a lembrança de Tamandaré reafirma valores que sustentam a identidade militar brasileira: coragem, disciplina, espírito de corpo e amor à Pátria. Sua imagem está viva nas tradições navais, no orgulho dos que servem e na construção permanente de uma Marinha forte, moderna e conectada à sua história.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).