Durante a ABDAN, o Almirante de Esquadra Petrônio Aguiar, Diretor geral do DGDNTM, falou sobre a história, a coesão da tríplice-hélice e reforçou a importância do Programa Nuclear da Marinha para o Brasil.

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O Programa Nuclear da Marinha (PNM) vem sendo executado desde 1979, com o propósito de dominar o ciclo do combustível nuclear e desenvolver e construir uma planta nuclear de geração de energia elétrica com tecnologias nacionais. Em 1988 o reator IPEM-MB/01 e o domínio do enriquecimento de urânio foram alcançados, sendo um marco na história da Tecnologia Nuclear Nacional.

Atualmente o Programa Nuclear da Marinha está desenvolvendo e construindo o protótipo em terra de Planta de Propulsão Nuclear Naval, no Laboratório de Geração Núcleo-Elétrica – LABGENE, iniciativa necessária para finalizar a planta nuclear embarcada no primeiro Submarino de Propulsão Nuclear, SN Álvaro Alberto.

O reator de potência de pequeno porte em construção no LABGENE, tem o potencial de ser empregado no emprego dual em benefício da sociedade brasileira, provendo energia e água dessalinizada para regiões com baixo nível de armazenamento e com baixa quantidade de recursos hídricos. Outro uso para o reator seria a capacidade de abastecimento energético de um grande número de pessoas, como também para outros usos industriais e agro industriais.

A Marinha do Brasil reconhece que a concepção e a construção de reatores modulares de pequeno porte espelha um interesse mundial crescente, ao mesmo tempo que representa um desafio tecnológico que apontam para um futura contribuição do setor nuclear para atender a uma necessidade global para redução da emissão de carbono com desdobramentos positivos para o Brasil.

Atualmente, é possível observar a existência de mais de 70 projetos de SNBR para diferentes aplicações, com conceitos seguros que podem ser usados em diferentes configurações. Neste contexto, tais reatores que possuem características que conferem alta portabilidade e flexibilidade, poderão ser reconfigurados para utilização no ambiente marítimo para dessalinização e outros usos energéticos, ampliando o uso nuclear no mar.

Para o Brasil, considerando a importância da Amazonia Azul e da Economia do Mar e seus reconhecidos potenciais, a opção nuclear para uso no mar é muito atraente com as seguintes opções: instalação de SNBR em áreas costeiras e ilhas oceânicas, geração de energia de hidrogênio e dessalinização com pequenos reatores, emprego de micro reatores na produção de petróleo e gás em plataformas, dentre outras iniciativas. Esses poucos exemplos de aplicação de tecnologias nucleares contribuirão para o desenvolvimento nacional com consequências positivas no bem estar da sociedade brasileira.