Acidente com motos aquáticas em Alagoas reacende alerta sobre uso irregular

Militares da Marinha fiscalizando embarcações no litoral norte de Alagoas
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A colisão entre duas motos aquáticas, na Praia de Ponta de Mangue, em Maragogi, deixou uma mulher ferida e levantou novamente o alerta sobre a necessidade de controle e fiscalização no uso dessas embarcações. O acidente ocorreu na manhã do dia 20 de março e mobilizou o Corpo de Bombeiros e a Marinha do Brasil (MB), que vai instaurar um inquérito para apurar as circunstâncias. Desde 2021, o aluguel dessas embarcações é proibido no município por lei municipal, mas não há o efetivo cumprimento, uma vez que não há fiscalização por parte do Poder Público municipal.

Detalhes do acidente e atuação das autoridades

Segundo informações do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBMAL), o abalroamento ocorreu por volta das 11h30 e envolveu duas motos aquáticas. A vítima, uma mulher cuja identidade não foi divulgada, sofreu ferimentos e apresentava suspeita de fratura na perna esquerda. Três militares do 2º Grupamento de Bombeiros Militar (2º GBM) atuaram na ocorrência e encaminharam a vítima à UPA Santo Antônio, no Patum, onde recebeu atendimento médico.

Assim que tomou conhecimento do acidente, a MB, por meio da Capitania dos Portos de Alagoas, enviou uma equipe de Inspeção Naval ao local para iniciar diligências, realizar a perícia e prestar o apoio necessário. Em nota oficial, a Marinha informou que um inquérito será instaurado para apurar as causas e as circunstâncias do ocorrido, reforçando seu compromisso com a segurança da navegação, salvaguarda da vida humana no mar e prevenção da poluição hídrica por parte de embarcações.

A importância da habilitação e da fiscalização conjunta

A condução de motos aquáticas requer habilitação específica para moto náutica, expedida pela MB. No entanto, muitos usuários operam as embarcações sem a habilitação devida, desrespeitando as Normas da Autoridade Marítima, navegando de forma indevida próximo a áreas de banhistas.

Além disso, apesar das regras em vigor, o uso irregular de motos aquáticas é também um desafio à segurança e à preservação ambiental em Maragogi. Desde 2021, a prefeitura proíbe o aluguel comercial dessas embarcações, especialmente em áreas de proteção ambiental, como é o caso da Praia de Ponta de Mangue. A medida foi implementada para coibir riscos à integridade de banhistas e turistas, além de evitar danos a ecossistemas marinhos sensíveis.

Contudo, a falta de fiscalização efetiva e a ação de operadores informais mantêm a prática ativa na orla, contrariando a legislação municipal. O episódio mais recente mostra não apenas o descumprimento da lei, mas também o risco real à vida e à integridade física de moradores e turistas. Além disso, incidentes como este prejudicam a imagem e a credibilidade do turismo alagoano, gerando insegurança e receio entre frequentadores da região.

Para conter esse cenário, é urgente a ação conjunta entre as três esferas de governo – municipal, estadual e federal e uma gestão integrada entre os diversos órgãos envolvidos. A fiscalização deve ser intensificada, com a presença constante de agentes municipais nas praias, orientações aos usuários, aplicação de penalidades e apreensão de equipamentos em situação irregular. Além disso, ações educativas junto à população e aos operadores turísticos são fundamentais para criar uma cultura de segurança e respeito às regras.

Há como mudar isso: Denuncie

Cabe a população, turistas e empresários locais fazer a denúncia para evitar acidentes e o prejuízo à imagem da região. Viu uma atividade irregular de locação de motos aquáticas e o seu uso nas águas por pessoas não habilitadas? Não deixe em fazer uma denúncia para a Prefeitura de Maragogi pelo telefone (82) 98210-7817 ou para a Capitania dos Portos de Alagoas pelos telefones (82) 3215-5800 / (82) 99324-8786.

O caso de Maragogi deve servir de alerta para outros municípios turísticos que enfrentam os mesmos desafios. A segurança da navegação não é apenas uma questão técnica: é um compromisso com a vida, com o turismo sustentável e com a preservação dos recursos naturais que fazem do litoral nordestino um destino de destaque no Brasil.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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