A palestra de Oppenheimer caracterizou-se pela franqueza. A mesa, os Almirantes Amorim do Vale, Ary dos Santos Rangel, Mattoso Maia e Álvaro Alberto e o General Dubois Ferreira

No dia 20 de setembro de 1961, o Instituto de Pesquisas da Marinha teve a distinta honra de receber a visita do proeminente professor John Robert Oppenheimer. Em meio à instalação e às obras, o instituto parou para acolher este importante personagem, que trouxe conselhos experimentados e palavras claras, objetivas e francas sobre os desafios que a instituição e o país enfrentavam.

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O Contexto de Subdesenvolvimento e Dificuldades Econômicas

Naquela época, o Brasil vivenciava uma fase de grandes dificuldades econômicas e estava imerso em um ciclo de subdesenvolvimento. Naturalmente, essa situação se refletia na Marinha, que lutava contra verbas insuficientes para suas necessidades. A atribuição de prioridades tornou-se uma tarefa complexa, uma vez que a escolha tinha que recair sobre o que fosse considerado mais vital.

A Necessidade da Ciência e Tecnologia

A visita de Oppenheimer ressaltou a importância da ciência e tecnologia como a maior arma de uma nação, o seu maior poder. Ele defendeu que parte dos recursos da Marinha deveria ser direcionada para este setor. Além disso, observou que os subprodutos das atividades científicas e tecnológicas da Marinha – incluindo pessoal especializado, conhecimentos científicos, processos e materiais – seriam catalisadores para o progresso nacional, trazendo benefícios para a indústria, comércio, universidades e comunidade em geral.

A Marinha e o Brasil do Amanhã

Nesse cenário, Oppenheimer lançou luz sobre a tese de que, independentemente dos problemas atuais, a Marinha de amanhã, e mais do que ela, o Brasil de amanhã, precisariam se fundamentar no preparo técnico e científico de sua gente. A qualidade tecnológica da indústria nacional, a estabilidade da economia interna, o avanço de laboratórios, institutos e universidades, bem como a seriedade da pesquisa pura e aplicada, seriam os alicerces do futuro do país.

A visita de Oppenheimer ao Instituto de Pesquisas da Marinha não foi apenas um evento histórico, mas uma ocasião que trouxe uma visão estratégica para a busca pelo desenvolvimento e progresso do Brasil.

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).