A Importância Estratégica da Comunicação das Forças Armadas para Prevenir Operações Psicológicas Contra a População

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Em tempos de paz ou guerra, as Forças Armadas enfrentam não apenas ameaças físicas, mas também perigos psicológicos. Um dos maiores desafios no cenário contemporâneo é a influência externa sobre a população, que pode ser manipulada para enfraquecer o apoio às suas próprias instituições de defesa. Nesse contexto, a Comunicação Social (ComSoc) das Forças Armadas se destaca como uma ferramenta vital para combater as operações psicológicas (OpPsc) que buscam dividir e confundir a sociedade.
As OpPsc são planejadas para influenciar as emoções, atitudes e comportamentos de grupos sociais, com o objetivo de criar desconfiança e descontentamento em relação às Forças Armadas. Essas operações podem minar a moral das tropas e, pior ainda, virar a população contra aqueles que deveriam protegê-la. Durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, a propaganda nazista foi usada de forma tão eficaz que, em algumas regiões da Alemanha, as pessoas preferiram o suicídio coletivo a enfrentar o Exército Vermelho. No Brasil, as Forças Armadas reconhecem a relevância de proteger a opinião pública de influências maliciosas, como demonstrado no artigo “A Comunicação Social na Versão das Operações Psicológicas”, onde se enfatiza a inter-relação entre comunicação e operações psicológicas.
O Papel da Comunicação Social na Defesa Contra Operações Psicológicas
A Comunicação Social das Forças Armadas tem como um de seus principais objetivos estabelecer uma relação de confiança mútua com a população. Ao construir uma narrativa baseada na verdade e na transparência, as Forças Armadas podem não apenas informar, mas também educar e engajar o público de forma construtiva. Essa abordagem, entretanto, precisa ser fortalecida com uma estratégia mais ativa de contrainformação, a fim de proteger a sociedade de campanhas que visem desestabilizar a confiança nas instituições de defesa.
Nos dias atuais, com o aumento das fake news e da guerra informacional, a comunicação das Forças Armadas deve ser proativa, combatendo mentiras com fatos e reforçando o papel crucial da defesa nacional para a segurança de todos os cidadãos. Essa estratégia envolve não apenas divulgar suas ações e missões, mas também desmentir boatos que podem enfraquecer a coesão social. É um desafio garantir que as mensagens cheguem ao público de maneira clara, especialmente diante da proliferação de desinformação através das mídias digitais.
Exemplos Históricos e Lições para o Futuro
A história oferece vários exemplos de como a comunicação pode influenciar resultados militares e sociais. Durante a Guerra do Vietnã, os Estados Unidos implementaram operações psicológicas sofisticadas, que incluíam o uso de folhetos e transmissões de rádio para desmoralizar os combatentes vietnamitas, com resultados variados. No entanto, essas operações também serviram de alerta para as Forças Armadas sobre a importância de proteger sua própria população de campanhas de desinformação que poderiam reduzir o apoio interno à guerra.
Hoje, diante de ameaças modernas como a ciberguerra e as guerras de informação, o papel da Comunicação Social é ainda mais crítico. As Forças Armadas precisam estar preparadas para proteger o espaço informacional do país, garantindo que a população permaneça bem informada e que não caia em armadilhas psicológicas que possam ser usadas por adversários para enfraquecer a defesa nacional.
Fortalecer a Comunicação para Manter a Coesão Nacional
O emprego estratégico da Comunicação Social como parte das operações de defesa das Forças Armadas brasileiras é crucial para evitar que a população seja manipulada por forças externas. A história mostra que, sem uma comunicação clara e direta, as forças armadas podem perder não apenas batalhas no campo, mas também a confiança e o apoio de seu próprio povo. Portanto, é essencial que a comunicação militar não apenas informe, mas também eduque e fortaleça o vínculo entre a sociedade e suas Forças Armadas, prevenindo que operações psicológicas gerem desunião ou desconforto em tempos de crise.
Referência
- MATTOS, Ozéias Braz de. A comunicação social na versão das operações psicológicas. Revista Marítima Brasileira, v. 141, n. 07/09, p. 202-210, jul./set. 2021.
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