1º Fórum de Economia do Mar debate inovação e sustentabilidade em Maceió

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O mar é uma das maiores riquezas do Brasil, e sua exploração sustentável pode impulsionar a economia nacional. Com esse objetivo, a Marinha do Brasil fomentou o 1º Fórum de Economia do Mar em Maceió (AL). O evento reuniu especialistas e autoridades do setor marítimo para discutir inovação, infraestrutura portuária e sustentabilidade, reforçando o potencial do estado de Alagoas dentro da chamada economia azul.

A importância do 1º Fórum de Economia do Mar

O Fórum de Economia do Mar surge como uma iniciativa estratégica para fortalecer a economia azul, conceito que abrange todas as atividades econômicas relacionadas ao mar, incluindo transporte, pesca, turismo, exploração de recursos e inovação tecnológica. A Marinha do Brasil, idealizadora do evento promovido na Federação da Industria do Estado de Alagoas, buscou reunir diferentes setores para fomentar discussões sobre como Alagoas e o Brasil podem expandir suas capacidades marítimas de forma sustentável e eficiente.

Entre os participantes, estiveram presentes o Comandante do 3º Distrito Naval, Vice-Almirante Alexander Reis Leite, e o Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas, José Carlos de Andrade Lira. Também compareceram representantes de diversas instituições públicas e privadas ligadas ao setor marítimo, demonstrando o interesse coletivo no fortalecimento da infraestrutura e da inovação no ambiente marítimo brasileiro.

O evento reforçou a importância de políticas públicas e investimentos para consolidar o Brasil como uma potência marítima. Além disso, destacou o papel de estados litorâneos como Alagoas no desenvolvimento dessa estratégia nacional, aproveitando melhor seus recursos naturais e impulsionando setores como a pesca, a logística portuária e as energias renováveis.

Amazônia Azul: um patrimônio estratégico para o Brasil

Durante o fórum, um dos temas de maior destaque foi a Amazônia Azul, conceito estratégico criado pela Marinha do Brasil para representar a vasta área marítima sob jurisdição brasileira. Com aproximadamente 5,7 milhões de km², essa região concentra uma enorme biodiversidade, recursos minerais e energéticos, além de ser essencial para a economia do país.

O Vice-Almirante Alexander Reis Leite destacou que “o Brasil tem mais de 7.500 km de litoral e uma extensa zona marítima rica em recursos naturais. A Amazônia Azul representa um patrimônio que precisa ser protegido e explorado de forma sustentável, unindo economia, meio ambiente, ciência e defesa”.

A Amazônia Azul possui quatro vertentes fundamentais:

  • Econômica: Exploração sustentável de recursos marítimos, como pesca, petróleo, gás natural e energias renováveis.
  • Ambiental: Preservação dos ecossistemas marinhos e gestão dos impactos da atividade humana.
  • Científica e tecnológica: Desenvolvimento de pesquisas e inovações para ampliar o conhecimento e o aproveitamento sustentável do oceano.
  • Defesa: Proteção das águas jurisdicionais brasileiras contra ameaças externas e crimes transnacionais, garantindo a soberania nacional.

A Marinha do Brasil desempenha um papel essencial na proteção e no monitoramento da Amazônia Azul, assegurando que suas riquezas sejam preservadas e exploradas de maneira responsável. O fórum reforçou a necessidade de investimentos em tecnologia, fiscalização e parcerias internacionais para potencializar esse setor estratégico.

Infraestrutura portuária e desenvolvimento marítimo em debate

Outro ponto central do evento foi o debate sobre a infraestrutura portuária do Brasil, um fator crucial para a competitividade econômica do país. Atualmente, cerca de 80% do comércio mundial ocorre por meio marítimo, tornando os portos um elo fundamental na cadeia logística global.

Os participantes do fórum discutiram desafios e oportunidades para modernizar os portos brasileiros, com destaque para:

  • Investimentos em tecnologia: Uso de inteligência artificial, automação e digitalização para otimizar a gestão portuária.
  • Expansão da capacidade logística: Melhoria na infraestrutura de armazenagem, transporte e conexão entre portos e modais terrestres.
  • Sustentabilidade: Implementação de práticas ambientais responsáveis, como o uso de energia limpa e a redução da poluição nos terminais marítimos.

Alagoas, com seus cerca de 250 km de litoral, tem um grande potencial para ampliar sua participação na economia marítima. Projetos voltados para a modernização dos portos locais podem atrair investimentos, gerar empregos e fortalecer setores como a pesca, a indústria naval e o turismo.

O Fórum de Economia do Mar encerrou-se com a certeza de que a economia azul representa um caminho promissor para o desenvolvimento do Brasil. Com inovação, infraestrutura e sustentabilidade, o país pode consolidar-se como uma potência marítima, aproveitando suas riquezas naturais de forma responsável e estratégica.

Um Novo Horizonte para Alagoas

O I Fórum de Economia do Mar consolidou-se como um marco para o estado, evidenciando o potencial econômico dos recursos marítimos e incentivando investimentos estratégicos para crescimento sustentável e geração de empregos. Com a liderança da FIEA e o apoio da Marinha do Brasil, Alagoas se posiciona para transformar seu litoral em um pólo de inovação e desenvolvimento, garantindo benefícios diretos para a população e para o meio ambiente.

No entanto, para que essas discussões não fiquem apenas no discurso, é fundamental que eventos desse porte resultem em deliberações concretas, metas e prazos bem definidos. O mar pode ser a grande alavanca econômica de Alagoas, mas sem planejamento e ações efetivas, o risco é que essa oportunidade se dissolva como espuma na areia. Que os debates sirvam de impulso para iniciativas reais, e que a economia do mar não seja apenas um tema de evento, mas sim um compromisso de longo prazo com o desenvolvimento do estado.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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