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Oriente Médio, Venezuela e guerra na Ucrânia: o que esperar de 2025

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O ano de 2025 promete ser marcado por desafios geopolíticos globais. Em entrevista à TV EGN, o Comandante Leonardo Mattos, professor de Geopolítica da Escola de Guerra Naval, analisou os principais conflitos internacionais, como a guerra entre Rússia e Ucrânia e os desdobramentos no Oriente Médio, além de avaliar o impacto da posse de Donald Trump nos Estados Unidos e as incertezas na América do Sul.

Rússia e Ucrânia: um conflito em transformação

A guerra entre Rússia e Ucrânia segue como o maior conflito em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial, com consequências devastadoras para ambos os lados. Segundo Leonardo Mattos, a posse de Donald Trump como presidente dos EUA, em janeiro de 2025, pode marcar uma mudança decisiva no cenário. Durante sua campanha, Trump afirmou que cortaria o apoio militar à Ucrânia, forçando negociações diretas entre os presidentes Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin.

Esse possível recuo no suporte americano poderia resultar em um impasse diplomático delicado, já que a Rússia exige o reconhecimento internacional dos territórios ocupados, enquanto a Ucrânia enfrenta dificuldades políticas e sociais para aceitar tal concessão. Além disso, a Ucrânia continua a buscar alianças estratégicas, como sua entrada na OTAN, algo que enfrenta forte oposição russa.

Para Mattos, a reconstrução da Ucrânia e a criação de um “guarda-chuva de defesa” alternativo, sem a adesão à OTAN, podem ser passos viáveis para encerrar o conflito. Entretanto, ele alerta que as negociações dependerão do equilíbrio de forças no campo de batalha e da capacidade da comunidade internacional de intervir diplomaticamente.

Oriente Médio: complexidade e novos desdobramentos

O Oriente Médio também permanece como uma das regiões mais instáveis do mundo, com conflitos múltiplos e interconectados. Entre os eventos recentes, destaca-se a queda do regime de Bashar al-Assad na Síria, marcando o fim de um governo que se manteve no poder com o apoio da Rússia, do Irã e do Hezbollah.

De acordo com Mattos, a situação na Síria é agora uma incógnita, com diferentes grupos disputando o controle do país. Além disso, Israel tem reforçado suas posições na região, ocupando áreas estratégicas nas Colinas de Golã, enquanto os EUA realizaram ataques contra remanescentes do Estado Islâmico. O comandante compara a situação ao colapso da Líbia após a queda de Muammar Gaddafi, onde a ausência de uma liderança clara levou a uma guerra civil prolongada.

Outro foco de atenção é o cessar-fogo entre Israel e Hezbollah, que segue frágil após meses de tensão. Paralelamente, o Irã continua a apoiar grupos como o Hamas e o Hezbollah, mantendo sua política de influência regional. A possível retomada de projetos nucleares iranianos também é motivo de preocupação, principalmente para Israel e os EUA, que monitoram de perto a situação.

América do Sul: instabilidade e perspectivas para 2025

Na América do Sul, o principal ponto de atenção é a Venezuela. O presidente Nicolás Maduro enfrentará um novo mandato a partir de 10 de janeiro de 2025, mas sua legitimidade segue contestada pela oposição e por parte da comunidade internacional. A disputa territorial com a Guiana pela região do Essequibo agrava ainda mais a situação, especialmente devido às recentes descobertas de petróleo na área, que têm atraído investimentos e aumentando a tensão regional.

Leonardo Mattos destaca que a posição do Brasil será determinante para a estabilidade da região. O governo brasileiro, que tem buscado se posicionar como líder na América do Sul, enfrentará o desafio de equilibrar suas relações com os principais atores do continente e preservar sua influência regional em meio à crescente polarização política.

Além disso, as eleições previstas para 2025 no Equador, Peru e Bolívia podem trazer novos desafios à estabilidade política e econômica da América do Sul. Para Mattos, o Brasil terá que adotar uma postura mais assertiva, não apenas como mediador, mas também como promotor de soluções integradas para os problemas que afligem o continente.

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