Operação Catrimani II já realizou 10 evacuações médicas na Terra Yanomami

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Salvar vidas em uma das regiões mais inóspitas do Brasil. Esse tem sido o desafio enfrentado pelas equipes de saúde militar durante as dez evacuações aeromédicas (EVAM) já realizadas na Terra Indígena Yanomami, no contexto da Operação Catrimani II. Entre as vítimas resgatadas estão indígenas, militares e civis, todos atendidos com rapidez e precisão pelas Forças Armadas, que atuam com aeronaves adaptadas para voos em condições extremas.
Logística Operacional: Como funcionam as evacuações aeromédicas na Amazônia
A realização de uma evacuação aeromédica (EVAM) na Amazônia envolve uma complexa cadeia logística. Assim que o protocolo de emergência é acionado, a equipe de saúde tem no máximo uma hora para estar pronta para o deslocamento. Essa equipe é composta por um Oficial Médico, um Sargento de Saúde, um padioleiro (Cabo ou Soldado) e um motorista de ambulância, que permanece com o veículo preparado na Base Aérea de Boa Vista (BABV).
As aeronaves utilizadas incluem o HM-1 Pantera, do Exército Brasileiro, o UH-15 Super Cougar, da Marinha do Brasil, e o H-60 Black Hawk, da Força Aérea Brasileira. Todas operam sob a coordenação do Comando Conjunto, com capacidade para operações noturnas e em condições meteorológicas adversas.
Após a retirada do paciente da área crítica, o deslocamento segue até a Base Aérea de Boa Vista, onde ambulâncias militares ou do SAMU fazem o transporte final até o hospital designado. O desafio logístico aumenta pela dificuldade de acesso, com comunidades localizadas a centenas de quilômetros de qualquer estrutura hospitalar.
Impacto Humano: Casos reais que mostram a importância das EVAMs na Terra Yanomami
Entre os dez resgates realizados, histórias de superação e resposta rápida marcaram a atuação das equipes. Um dos casos mais críticos ocorreu na noite de 9 de junho, quando um jovem indígena, de 20 anos, sofreu um ferimento grave por arma branca na região abdominal em Kayanaú. O paciente apresentava hemorragia intensa e risco iminente de morte, exigindo uma operação noturna de alto risco.
Outro episódio aconteceu no dia 6 de junho, quando um militar brasileiro, atuando nas ações de combate ao garimpo ilegal em Pakilapi, foi evacuado com suspeita de malária grave. De acordo com o médico responsável, o sucesso da missão se deve ao preparo técnico das equipes, formado com base no curso de Atendimento Pré-Hospitalar Tático (APH Tático), oferecido pelo Exército Brasileiro.
As missões também já envolveram casos de acidentes com animais peçonhentos, doenças tropicais e traumas diversos, sempre exigindo resposta rápida e precisão médica, mesmo em condições de baixa visibilidade e terreno hostil.
Integração Interagências: Como Forças Armadas, SESAI e SAMU atuam juntas nas missões de resgate
O sucesso das evacuações aeromédicas na Terra Indígena Yanomami é fruto de uma sólida integração entre diferentes órgãos. Sob a coordenação da Operação Catrimani II, as Forças Armadas, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) e o SAMU trabalham de forma conjunta para garantir que o atendimento médico de urgência chegue até os locais mais remotos.
Enquanto as Forças Armadas disponibilizam aeronaves, equipes de saúde militar e infraestrutura logística, a SESAI e o SAMU entram com o apoio clínico especializado, garantindo o encaminhamento dos pacientes para hospitais de referência em Boa Vista (RR).
Essa cooperação interagências fortalece a capacidade de resposta do Estado brasileiro em regiões vulneráveis e reforça o caráter humanitário da Operação Catrimani II, que vai além das ações de segurança e combate ao garimpo ilegal, assegurando o direito à saúde às populações indígenas e demais envolvidos.
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