II Workshop ‘No Mar com Elas’ destaca liderança feminina no mar

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Elas estão no passadiço, nas máquinas, nos portos e agora também nos palcos dos grandes debates do setor marítimo. Realizado no CIAGA, o II Workshop “No Mar com Elas” reuniu mulheres da Marinha Mercante e de instituições latino-americanas para discutir desafios, avanços e oportunidades na indústria marítima. Em meio a homenagens e parcerias, ficou evidente: o mar está se abrindo para a liderança feminina, e cada nova onda carrega histórias de superação e competência.
Avanços e desafios da presença feminina no setor marítimo e portuário
Historicamente dominado por homens, o setor marítimo começa a passar por uma mudança estrutural com a ampliação da presença feminina nas atividades de navegação, logística e portos. O workshop deste ano, promovido no Centro de Instrução Almirante Graça Aranha (CIAGA), reforçou essa transformação ao abordar temas como segurança operacional, assédio no trabalho, transição de carreira e desafios específicos da praticagem na Amazônia.
Mesmo com os avanços, os números globais ainda apontam para desigualdade: apenas 2% da força de trabalho marítima é composta por mulheres. As dificuldades enfrentadas vão desde barreiras culturais até limitações operacionais embarcadas. O evento evidenciou que o caminho para a equidade no setor marítimo exige investimento em políticas inclusivas, formação técnica qualificada e combate ativo à discriminação.
Ações institucionais e redes de apoio à inclusão de mulheres no mar
Durante o evento, foi formalizada uma parceria estratégica entre a Rede de Mulheres da Autoridade Marítima da América Latina (Red MAMLa) e entidades brasileiras, como a WISTA Brazil, SINDMAR, Centro de Capitães da Marinha Mercante e a Associação Mulheres Aquaviárias do Brasil. Essa aliança visa fortalecer a retenção e ascensão de mulheres nas carreiras marítimas, promovendo eventos, mentorias e ações de visibilidade.
A vice-presidente da WISTA Brazil, Flávia Melo, destacou que a data e o workshop celebram “a força de todas as mulheres que atuam, seja a bordo, em portos ou nas bases operacionais”. Já a Capitão de Longo Curso Fabiana Durant, Embaixadora da Boa Vontade da IMO, reforçou que o evento é um instrumento concreto para “construir um ambiente mais inclusivo no setor marítimo”. A presença da Red MAMLa conferiu caráter internacional ao workshop, estabelecendo pontes entre as Marinhas e instituições civis da América Latina.
Representatividade e futuro: histórias inspiradoras que estão moldando a nova geração
Exemplos de liderança feminina marcaram os painéis do evento. A Prática Claudia Duarte, primeira mulher na Zona de Praticagem de Manaus, emocionou ao compartilhar sua rotina na Amazônia. A Capitão de Longo Curso Hildelene Lobato Bahia, primeira comandante da Marinha Mercante brasileira, reforçou o orgulho de ver “mulheres ocupando todos os espaços, em navios, plataformas e operações portuárias”.
A nova geração também teve voz. A aluna Gabriela Mendes Maia, do CIAGA, revelou o desejo de atuar embarcada na área de Máquinas. Para ela, a representatividade que encontrou nas palestras “inspira e mostra que o mar pode, sim, ser um ambiente de igualdade e oportunidade”.
A trajetória da Capitão de Corveta (T) Claudia Diniz, que migrou da Marinha Mercante para a Marinha do Brasil e hoje representa a Autoridade Marítima na Red MAMLa, simboliza essa transversalidade de experiências femininas que moldam o presente e o futuro da atividade marítima brasileira.
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