Forças Armadas reforçam combate aos incêndios no Pantanal com nova estratégia

Nesta sexta-feira (28), o Ministério da Defesa ativou o Comando Operacional Conjunto Pantanal II, como parte de uma estratégia reforçada para combater as queimadas no Pantanal. Liderada pelo General Luiz Fernando Estorrilho Baganha, a operação contará com o apoio coordenado da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, visando mitigar os impactos dos incêndios na região.

Estrutura do Comando Operacional Conjunto Pantanal II

O Comando Operacional Conjunto Pantanal II, ativado pelo Ministério da Defesa, mobiliza um significativo arsenal de recursos e equipamentos para combater as queimadas no Pantanal. A operação envolve 6 helicópteros, 2 aviões e várias embarcações, além de rádios, rastreadores via satélite e antenas satelitais de internet para garantir uma comunicação eficiente e suporte logístico.

A Marinha, o Exército e a Aeronáutica desempenham papéis cruciais nesta missão. A Marinha emprega 250 militares, uma aeronave, um navio patrulha, quatro embarcações e cinco viaturas em ações de transporte de pessoal e equipamentos, e combate a incêndios na calha do Rio Paraguai. O Exército, por sua vez, contribui com tropas especializadas no controle de focos de incêndio nas proximidades do Forte Coimbra, em Corumbá (MS).

Os investimentos totais na operação somam R$ 60 milhões, refletindo o compromisso do governo em proteger o Pantanal e apoiar as ações de combate às queimadas. Este montante cobre não apenas o custo dos equipamentos e logística, mas também o suporte a profissionais de saúde que acompanham a missão para garantir a segurança dos envolvidos.

Situação Atual das Queimadas

De acordo com a ferramenta Painel do Fogo, desenvolvida pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), a área afetada por queimadas no Pantanal entre janeiro e junho de 2024 é de aproximadamente 628.353 hectares, representando 4% da área total do bioma. Destes, cerca de 63% estão localizados no município de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, destacando a gravidade da situação na região.

O Painel do Fogo é uma ferramenta essencial para o monitoramento e gestão das queimadas, fornecendo dados precisos e em tempo real sobre a extensão e a localização dos incêndios. Estas informações são vitais para coordenar as ações de combate e direcionar recursos de forma eficaz, minimizando os danos ao meio ambiente e à fauna local.

Ações das Forças Armadas

Desde o início das operações em 5 de junho, as Forças Armadas têm atuado intensamente na região. Além da Marinha e do Exército, a Aeronáutica também desempenha um papel importante no transporte aéreo de brigadistas, equipamentos e no suporte logístico necessário para a operação. A colaboração com o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) do Ibama e o Corpo de Bombeiros do estado é fundamental para a eficácia das ações.

O Censipam apoia a operação com o fornecimento de imagens de sensoriamento remoto e outros dados de interesse, além de equipamentos de comunicação que garantem a coordenação e a integração das equipes em campo. Em complemento, o Departamento de Saúde e Assistência Social do Ministério da Defesa realiza a coordenação do emprego e a atuação dos profissionais de assistência social das Forças Armadas em situações de emergência e calamidade pública.

A ativação do Comando Operacional Conjunto Pantanal II também está alinhada com os termos da portaria MMA número 1.052, que declara estado de emergência ambiental nos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso durante os períodos críticos do ano. Desde 14 de junho, o Ministério da Defesa integra a Comissão Interministerial Permanente de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas, presidida pela Casa Civil da Presidência da República, que inclui 19 ministérios, com o objetivo de enfrentar a situação no Pantanal de forma permanente e coordenada.