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FEB: 80 anos do 1º Tiro de Artilharia em solo europeu

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No dia 16 de setembro de 1944, um som ecoou pelo campo de batalha em Monte Bastione, Itália, mudando o rumo da história. Era o primeiro tiro de artilharia da Força Expedicionária Brasileira (FEB) em solo europeu, disparado por um obuseiro M101 A1 da 1ª Bateria de Obuses. Aquele tiro inicial marcou o início de uma série de operações que demonstrariam a força e a precisão da artilharia brasileira na 2ª Guerra Mundial.

O Contexto Histórico do 1º Tiro da FEB

A participação do Brasil na 2ª Guerra Mundial foi um marco significativo em nossa história militar, especialmente com a formação da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Composta por homens e mulheres que se voluntariaram para lutar contra as forças do Eixo, a FEB representou a entrada do Brasil no cenário global do conflito. No contexto da campanha italiana, Monte Bastione tinha uma importância estratégica, sendo palco de combates intensos que exigiam precisão e força.

O primeiro tiro de artilharia da FEB foi um marco não apenas pelo simbolismo de ser o primeiro disparo fora do continente sul-americano, mas também pelo impacto que teve nas operações aliadas. Realizado pelo obuseiro M101 A1 da 1ª Bateria de Obuses, o tiro marcou o início da contribuição da artilharia brasileira para a derrota das forças inimigas na Itália. Os obuses da FEB, com sua capacidade de bombardear posições inimigas com precisão, tornaram-se uma peça vital na libertação de territórios ocupados.

Esse tiro pioneiro representou um passo crucial para o Brasil no cenário da 2ª Guerra Mundial, demonstrando que nossas forças armadas estavam preparadas para enfrentar os desafios do conflito. A partir dali, a Artilharia Expedicionária Brasileira desempenharia um papel fundamental em várias batalhas, contribuindo significativamente para a vitória aliada na Europa.

Detalhes Técnicos do Obuseiro M101 A1 e da 1ª Bateria de Obuses

O obuseiro M101 A1, que protagonizou o primeiro tiro da artilharia brasileira na Europa, era uma peça de artilharia fundamental para as forças aliadas durante a 2ª Guerra Mundial. Com calibre de 105 mm, possuía um alcance efetivo de até 11 km, o que permitia bombardear posições inimigas com grande precisão. Essa capacidade foi crucial nos combates na Itália, onde as forças aliadas enfrentavam fortificações bem estabelecidas e um terreno montanhoso que dificultava as operações.

A 1ª Bateria de Obuses, pertencente ao 2° Grupo do 1° Regimento de Obuses Autorrebocado 105 mm (atual 21° Grupo de Artilharia de Campanha, sediado em Niterói-RJ), era composta por soldados brasileiros que passaram por rigorosos treinamentos para operar o equipamento em campo. O primeiro disparo, realizado às 14:22 h do dia 16 de setembro de 1944, foi um exemplo da precisão e do treinamento da artilharia brasileira, que ao longo da campanha se destacou por sua eficácia.

Essa mesma linha de equipamentos, que atualmente equipa o 28° Grupo de Artilharia de Campanha, demonstra a continuidade e a evolução da capacidade bélica do Exército Brasileiro. O legado deixado pelos artilheiros da FEB em termos de técnica e doutrina perdura até os dias atuais, refletindo-se nas práticas de artilharia modernas.

A Herança da Artilharia da FEB na Atualidade

O impacto do primeiro tiro de artilharia da FEB ressoa ainda hoje nas práticas e tradições do Exército Brasileiro. A mensagem deixada pelo inimigo após os primeiros disparos — “UMA NOVA E PRECISA ARTILHARIA ESTA PRESENTE NO CAMPO DE BATALHA” — é um testemunho da competência e da habilidade dos soldados brasileiros. Esse reconhecimento não veio apenas dos inimigos, mas também dos aliados, que passaram a ver a artilharia brasileira como uma força respeitável e confiável.

Veteranos que participaram desse momento histórico relataram o orgulho e a responsabilidade de representar o Brasil em uma guerra mundial. A precisão e a eficácia da artilharia da FEB foram elementos decisivos em diversas operações, proporcionando apoio de fogo e contribuindo para o avanço das tropas aliadas. Cada tiro disparado pelos obuseiros brasileiros não era apenas uma demonstração de força, mas também de um compromisso com a liberdade e a justiça.

Comemorar os 80 anos do primeiro tiro de artilharia da FEB é mais do que relembrar um evento histórico; é celebrar a coragem e a dedicação daqueles que lutaram pela liberdade em solo estrangeiro. Esse legado continua vivo nas práticas da artilharia moderna, que se inspira na disciplina, na técnica e no espírito de missão dos artilheiros da FEB. O Defesa em Foco, ao rememorar esse momento, reforça a importância de preservar a memória e a honra daqueles que contribuíram para a vitória aliada e a libertação da Europa.

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