Estratégia A2/AD: proteção eficaz das fronteiras do Brasil

Sistema de defesa aérea com radar e mísseis.
Não fique refém dos algoritmos, nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias.

A crescente complexidade do cenário geopolítico global exige do Brasil uma postura estratégica robusta para a proteção de seu vasto território. É nesse contexto que o conceito de A2/AD (Anti-Access/Area Denial) ganha destaque como alternativa viável para garantir a soberania nacional. No artigo publicado na Revista Doutrina Militar Terrestre, os autores exploram como o Brasil pode se beneficiar dessa abordagem para criar uma zona de exclusão estratégica frente a ameaças externas.

Componentes tecnológicos e operacionais do A2/AD

O coração da estratégia A2/AD está na capacidade de impedir ou dissuadir o acesso de forças inimigas a áreas sensíveis. Para isso, é necessário investir em sistemas de vigilância e defesa integrados, como radares de longo alcance, mísseis antiaéreos de médio e longo alcance, sistemas antinavio, defesas costeiras móveis e plataformas de guerra eletrônica.

Além do aparato físico, a doutrina A2/AD requer uma robusta estrutura C4ISR (Comando, Controle, Comunicações, Computadores, Inteligência, Vigilância e Reconhecimento), que integre sensores e sistemas de armas em tempo real. A interoperabilidade entre Força Terrestre, Marinha e Força Aérea é essencial para consolidar um escudo dinâmico, especialmente em áreas estratégicas como a Amazônia Legal, a faixa de fronteira oeste e o Atlântico Sul.

Implicações políticas e institucionais da adoção do A2/AD

Mais do que uma escolha tática, adotar a doutrina A2/AD representa uma decisão estratégica com impactos políticos, institucionais e até diplomáticos. Para viabilizar sua implementação, será necessário investir de forma contínua e coordenada em capacitação militar, pesquisa aplicada e apoio à indústria de defesa nacional.

Essa estratégia também demanda articulação com o Congresso Nacional, órgãos civis de segurança, agências de inteligência e governos estaduais, criando um ecossistema de defesa com responsabilidade compartilhada. O Brasil pode ainda fortalecer sua diplomacia de defesa, oferecendo cooperação tecnológica a países vizinhos e consolidando uma rede de segurança continental voltada para a estabilidade regional.

A2/AD como vetor da soberania e segurança nacional

A aplicação do A2/AD no Brasil deve ser pensada como um vetor de soberania estratégica. Ao construir zonas de negação de área em pontos críticos do território, o país sinaliza de forma clara sua capacidade de dissuadir ações hostis, sem depender exclusivamente de alianças externas.

Esse modelo de defesa ativa e preventiva se encaixa perfeitamente na doutrina de não intervenção adotada pela diplomacia brasileira. Ele permite que o Brasil exerça sua autonomia estratégica, proteja suas riquezas naturais e infraestruturas críticas, e promova uma cultura de dissuasão inteligente, adaptada ao século XXI.

Ao dominar e adaptar o conceito de A2/AD, o Brasil não apenas reforça sua defesa territorial, mas também assume protagonismo na construção de uma arquitetura de segurança sul-americana — baseada na autonomia, na tecnologia nacional e na responsabilidade com a paz regional.

Leia o artigo completo em: https://ebrevistas.eb.mil.br/DMT/article/view/13411

Saiba mais sobre o tema no Blog Tito Geopolítica: https://www.atitoxavier.com/post/sistemas-a2-ad-precisamos-para-a-defesa-da-nossa-fronteira-oriental-atlântico-sul

Participe no dia a dia do Defesa em Foco

Dê sugestões de matérias ou nos comunique de erros: WhatsApp 21 99459-4395

Apoio

Publicações Relacionadas