Carlos Seixas: Uma Liderança Estratégica para a Eletronuclear e o Futuro da Energia Nuclear Brasileira

Após conduzir uma recuperação histórica da NUCLEP, levando a empresa de um cenário de crise para um protagonismo industrial no setor nuclear, Carlos Seixas desponta como o nome mais técnico e estratégico para assumir o comando da Eletronuclear. A transição de comando na NUCLEP, concluída recentemente, abre caminho para que Seixas leve sua experiência em governança, projetos complexos e articulação institucional para um novo patamar de desafios: a conclusão de Angra 3 e a gestão da segurança nuclear brasileira.

A Transformação da NUCLEP sob a Gestão de Carlos Seixas

Quando Carlos Henrique Silva Seixas assumiu a presidência da NUCLEP em 2017, a estatal enfrentava um cenário crítico: déficit financeiro, baixa produtividade, ameaça de privatização e distância dos grandes contratos estratégicos do setor nuclear. O desafio era imenso, mas a resposta veio com uma gestão focada em resultados, planejamento estratégico e governança técnica.

Em apenas oito anos, a transformação foi notável. O faturamento anual da NUCLEP saltou de R$ 70 milhões em 2023 para mais de R$ 105 milhões em 2024, com contratos firmados com clientes estratégicos. A empresa conquistou importantes certificações internacionais, como a ASME III (NA, NS, NPT), tornando-se uma referência na fabricação de componentes nucleares.

Além dos resultados financeiros, Seixas liderou a NUCLEP na luta contra a privatização, articulando com parlamentares e órgãos de governo para manter a estatal sob controle público. Esse posicionamento foi reconhecido por diferentes setores da sociedade, demonstrando o compromisso do gestor com a soberania industrial brasileira e com os interesses estratégicos de longo prazo do país.

Limitações Legais e o Teto de Lucro das Estatais

É importante ressaltar que, mesmo com todos os avanços alcançados, a NUCLEP não apresentou um lucro ainda maior devido a limitações legais impostas à sua estrutura jurídica. Por força da Lei das Estatais (Lei nº 13.303/2016) e de normativos adicionais, a empresa não pode utilizar recursos próprios para novos investimentos ou para expansão de sua capacidade operacional, o que impõe um teto artificial de lucratividade.

Essa restrição impede que a NUCLEP transforme todo o seu potencial financeiro em reinvestimento direto, limitando o crescimento da estatal mesmo diante de oportunidades concretas no mercado. Seixas, mesmo assim, conseguiu elevar a produtividade, ampliar a carteira de contratos e garantir a sustentabilidade econômica da empresa, o que demonstra sua capacidade de gestão em ambientes de alta restrição orçamentária e legal.

O Apoio Institucional e o Reconhecimento Político

Uma das características mais destacadas na trajetória de Carlos Seixas é sua postura apartidária. Desde o governo Dilma Rousseff, passando por Michel Temer, Jair Bolsonaro e atualmente sob o governo Lula, Seixas permaneceu à frente da NUCLEP por um motivo: sua competência técnica e capacidade de entregar resultados concretos.

Essa trajetória de permanência em diferentes administrações reforça sua reputação de gestor técnico, capaz de dialogar com diferentes espectros políticos sempre em defesa do interesse nacional. A carta entregue ao presidente Lula em fevereiro de 2025, com apoio de prefeituras, parlamentares, entidades de classe e líderes industriais, é a prova de que a mobilização em torno de seu nome transcende quaisquer divisões partidárias.

Seixas tem o respeito de militares, civis, empresários e representantes da sociedade civil, sendo considerado um elo confiável entre o setor industrial, o parlamento e o governo federal.

O Desafio Estratégico da Eletronuclear e a Conclusão de Angra 3

A Eletronuclear enfrenta, hoje, um dos momentos mais críticos de sua história. Após anos de instabilidade administrativa, a estatal segue sob comando interino enquanto aguarda uma decisão definitiva para a presidência. O principal desafio: a conclusão da Usina Nuclear de Angra 3, obra iniciada há mais de quatro décadas e que é vista como essencial para a segurança energética nacional.

Angra 3 não é apenas uma construção civil. Trata-se de um projeto de engenharia nuclear de alta complexidade, com desafios técnicos, jurídicos, ambientais e financeiros. A experiência de Seixas à frente da NUCLEP, com entregas relevantes para o PROSUB e para as próprias usinas de Angra, o qualifica como o gestor capaz de liderar essa retomada com foco em prazos, qualidade e governança de risco.

O setor nuclear brasileiro, sob constante vigilância internacional e sujeito a normas rigorosas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), necessita de uma liderança com conhecimento técnico, habilidade de articulação institucional e compromisso com a soberania nacional.

A nomeação de um perfil como o de Seixas enviaria uma mensagem clara: o Brasil valoriza a técnica acima da política na condução de seus projetos estratégicos. Em um cenário global de incertezas energéticas, lideranças com esse perfil são mais do que necessárias: são imprescindíveis.

Uma Escolha que Representa Compromisso com a Técnica e com o Brasil

Diante de um cenário global de instabilidade energética e de aumento da vigilância internacional sobre projetos nucleares civis, a Eletronuclear precisa de uma liderança que represente mais que uma decisão administrativa: ela precisa de um compromisso de Estado com a soberania energética nacional.

A nomeação de Seixas seria um recado claro do governo federal de que, quando o assunto é infraestrutura estratégica, o Brasil escolhe a técnica, a competência e a capacidade de gestão como critérios fundamentais de decisão.

O futuro da energia nuclear brasileira passa por decisões estratégicas. E, neste momento, a liderança de Carlos Seixas representa exatamente o que o país precisa: competência técnica aliada à excelência em gestão pública.