Carlos Henrique Silva Seixas encerra gestão histórica à frente da NUCLEP

Nesta terça-feira, 28 de maio, a NUCLEP vivenciou um momento marcante de sua trajetória. Após quase oito anos de atuação na estatal, o Contra-Almirante Carlos Henrique Silva Seixas encerra seu ciclo como presidente, deixando um legado de transformação e reafirmação do papel estratégico da empresa. À frente da NUCLEP desde dezembro de 2017, Carlos Seixas liderou um reposicionamento técnico e institucional que devolveu à companhia o protagonismo nos setores de Defesa, Energia Nuclear e Infraestrutura.

Liderança estratégica e os avanços da NUCLEP na área de Defesa e Energia

A gestão de Carlos Seixas na Nuclebras Equipamentos Pesados S.A – NUCLEP foi marcada por avanços estruturais e conquistas técnicas sem precedentes. A estatal, que já desempenhava papel estratégico na cadeia de Defesa e Energia, passou a ocupar posição de destaque sob sua liderança. Entre os principais marcos, está a fabricação dos cascos resistentes dos submarinos da Classe Riachuelo, os maiores já construídos no hemisfério sul, consolidando a NUCLEP como única empresa nacional com capacidade técnica para essa missão.

Outro ponto alto da gestão foi a entrega da sessão Uno Alpha do Bloco 40 do Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear (SCPN), um dos mais complexos módulos estruturais e elemento fundamental do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB). Essa estrutura representa um salto tecnológico e coloca o Brasil em um grupo seleto de nações com capacidade de construir submarinos com propulsão nuclear, simbolizando soberania e independência tecnológica.

Além das entregas, Seixas impulsionou a modernização dos processos produtivos e promoveu uma reestruturação técnica que valorizou o corpo técnico e o conhecimento acumulado da estatal.

Impacto institucional e articulação contra a privatização da estatal

Mais do que gestor, Carlos Seixas atuou como verdadeiro defensor institucional da NUCLEP, especialmente em momentos críticos, como durante as tentativas de inclusão da estatal nos programas de desestatização do governo federal. Com articulação sólida e constante diálogo com o Congresso Nacional, Seixas foi peça central na mobilização de parlamentares, técnicos e representantes da sociedade civil para barrar iniciativas que colocassem em risco o caráter público e estratégico da empresa.

Essa articulação foi baseada não apenas em discursos políticos, mas em resultados concretos, que mostraram a viabilidade e relevância da NUCLEP no cenário nacional. A empresa, sob sua gestão, passou a ser vista como modelo de eficiência entre estatais, com diversos reconhecimentos públicos, premiações e aumento da visibilidade institucional.

Ao garantir a permanência da NUCLEP como estatal, Seixas contribuiu para manter sob controle do Estado setores sensíveis como o nuclear, defesa, óleo e gás, o que fortalece a segurança nacional e assegura investimentos em áreas estratégicas que dificilmente seriam exploradas pela iniciativa privada com a mesma visão de interesse público.

Diversificação, inovação e legado industrial na gestão Seixas

Um dos legados mais significativos de Carlos Seixas é a diversificação industrial da NUCLEP. Ao perceber as mudanças no cenário energético e industrial do país, ele conduziu a empresa para novos mercados, ampliando sua presença em áreas como o setor elétrico e o petróleo e gás. A inauguração da nova unidade de fabricação de Torres de Transmissão de Energia foi um marco dessa transformação. O projeto, inédito na empresa, aumentou significativamente a capacidade produtiva e o faturamento da NUCLEP.

No setor de óleo e gás, a empresa retomou parcerias com a Petrobras e conquistou contratos importantes, como a fabricação de estacas torpedo, reforçando sua relevância na infraestrutura submarina do país. Esses movimentos estratégicos reposicionaram a empresa como indústria pública inovadora, rentável e adaptada às exigências do século XXI.

Carlos Seixas também destacou-se pela gestão técnica e ética, baseada em governança, valorização do capital humano e foco no interesse nacional. Ao sair da presidência, deixa uma NUCLEP renovada, com imagem fortalecida e bases sólidas para os desafios futuros.