Árbitro e Fuzileiro Naval encerra carreira após 1.055 jogos

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Após três décadas servindo à Marinha do Brasil e mais de mil partidas de futebol apitadas, o Suboficial da reserva Marcelo de Lima Henrique encerra sua jornada nos gramados. Com 53 anos, o árbitro mais longevo em atividade no país fará sua despedida neste domingo (18/05), na partida entre Red Bull Bragantino e Palmeiras. A trajetória agora segue fora das quatro linhas, como árbitro de vídeo (VAR) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
A trajetória profissional de Marcelo de Lima Henrique nos campos e na Marinha
A história de Marcelo de Lima Henrique é rara e simbólica. Ingressou nos Fuzileiros Navais em 1988, passando por unidades especializadas como o Batalhão de Engenharia e o Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (CEFAN). Na caserna, destacou-se em missões de paz, travessias e operações com explosivos, totalizando mais de 500 dias de manobras e representando a Marinha do Brasil em competições esportivas.
Paralelamente, iniciou sua carreira na arbitragem em 1995, apitando jogos internos da Marinha. Em 2003, estreou no Campeonato Carioca e, logo depois, na CBF. Em 2008, ingressou nos quadros da FIFA, apitando partidas de Eliminatórias da Copa do Mundo. Ao longo da carreira, acumulou mais de 1.055 partidas, incluindo clássicos como Grenal, finais estaduais e confrontos internacionais, consolidando-se como um dos nomes mais respeitados da arbitragem brasileira.
O legado e os valores militares aplicados à arbitragem
Marcelo sempre fez questão de destacar como os valores adquiridos nos Fuzileiros Navais moldaram sua conduta nos gramados. Disciplina, liderança, espírito de corpo e comando por exemplo foram fundamentos que o acompanharam ao longo da carreira como árbitro. “Ser militar nunca me atrapalhou. Pelo contrário, o senso de responsabilidade me preparou para os grandes jogos”, afirmou.
A convivência com explosivos, o rigor técnico das manobras e a experiência em situações-limite o capacitaram a tomar decisões rápidas e seguras — habilidades fundamentais para a função de árbitro. Seu estilo firme e respeitoso conquistou jogadores, técnicos e dirigentes, mesmo nos jogos mais tensos. A liderança natural e a postura ética fazem parte de um legado duradouro, que ultrapassa o campo esportivo.
Transição para o VAR e os novos desafios fora das quatro linhas
A despedida dos gramados marca o início de uma nova fase. Marcelo passará a atuar como árbitro de vídeo (VAR), aplicando toda a experiência acumulada ao longo de 30 anos. A familiaridade com a tecnologia, resultado de cursos especializados e atualizações constantes, o torna apto para assumir uma função cada vez mais estratégica no futebol moderno.
“Agora não irei mais retornar aos campos, mas sigo como árbitro de VAR. Tenho conhecimento das câmeras, da tecnologia e da dinâmica do jogo”, disse. Aos 53 anos — prestes a completar 54 —, Marcelo segue prestando serviço ao esporte, mostrando que a vivência prática e o preparo técnico são diferenciais indispensáveis, inclusive nas novas ferramentas de arbitragem.
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