Angra 1 tem licença renovada e seguirá operando até 2044

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Em um marco para a energia nuclear no Brasil, a usina de Angra 1 obteve a renovação de sua licença de operação até 2044. A autorização, concedida pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), garante que a primeira usina nuclear do país continue contribuindo para a matriz energética nacional. O processo envolveu investimentos bilionários e um extenso trabalho de modernização técnica.
O processo de renovação da licença e os investimentos
O processo de extensão da vida útil de Angra 1 foi iniciado em 2019, quando a Eletronuclear formalizou o pedido de renovação da licença à CNEN. Desde então, a empresa formou um grupo técnico especializado para atender aos critérios do órgão regulador, focando na modernização dos sistemas operacionais e na atualização de componentes críticos.
O investimento previsto é de R$ 3,2 bilhões, distribuídos entre 2023 e 2027. Nos quatro primeiros anos, serão aplicados cerca de R$ 720 milhões anuais, seguidos por uma parcela de R$ 320 milhões em 2027. Esses aportes garantirão que a usina opere com eficiência e segurança nos próximos 20 anos, posicionando-se entre as mais modernas de sua categoria.
Angra 1: um marco para a energia nuclear brasileira
Angra 1 entrou em operação em 1985, sendo pioneira no uso de reatores de água pressurizada (PWR) no Brasil. Com uma capacidade de 640 megawatts, a usina gera energia suficiente para abastecer uma cidade de 2 milhões de habitantes, contribuindo com regularidade para o Sistema Interligado Nacional.
Nos últimos cinco anos, o fator de carga da usina foi de 88,24%, equivalente a 322 dias anuais de operação em capacidade máxima. Esse desempenho coloca Angra 1 em um patamar superior ao de muitas usinas semelhantes no mundo. Segundo o presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo, o sucesso de Angra 1 é comparável a usinas norte-americanas com características similares, algumas já autorizadas a operar por até 80 anos.
Perspectivas para o futuro da Eletronuclear e Angra 3
Com a renovação da licença de Angra 1, a Eletronuclear alcança uma de suas metas prioritárias e reforça sua posição no setor energético nacional. A próxima grande etapa é a retomada da construção de Angra 3, que ainda depende de uma decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
Angra 3, quando finalizada, adicionará 1.405 megawatts ao sistema nacional, complementando a produção já existente e fortalecendo a segurança energética do Brasil. A energia nuclear continua sendo vista como um componente essencial da matriz energética, especialmente diante da necessidade de fontes limpas e estáveis para atender à crescente demanda do país.
A renovação da licença de Angra 1 reflete o compromisso do Brasil com o uso seguro e sustentável da energia nuclear, garantindo que essa tecnologia continue a desempenhar um papel estratégico no desenvolvimento econômico e ambiental.
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