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Fardada, coberta de lama e determinada como poucos, a 1ª Tenente Gabrielle White venceu um marco: foi a primeira mulher a completar a Best Ranger Competition, o teste mais brutal da elite do Exército norte-americano. Sua jornada de três dias entre tiroteios simulados, provas físicas extremas e navegação tática foi símbolo de força, superação e pioneirismo.
Desafio máximo: o rigor da Best Ranger Competition

Criada em 1982, a Best Ranger Competition é considerada uma das provas mais intensas do mundo militar. Realizada anualmente em Fort Benning, Geórgia, o evento reúne 52 duplas compostas por militares altamente qualificados, em três dias de competição contínua, com apenas quatro horas de descanso por dia. São 30 eventos que testam resistência física, habilidade técnica, agilidade mental e capacidade de liderança.
As atividades incluem missões com helicópteros, navegação terrestre, provas aquáticas, qualificação de armamento e desafios em circuito de obstáculos. Concluir a competição já é, por si só, um feito raro: das 52 duplas iniciais, apenas 16 chegaram ao fim na edição de 2025. A equipe da Tenente White, ao lado do Capitão Seth Deltenre, terminou em um impressionante 14º lugar, superando equipes formadas inteiramente por homens.
Um marco silencioso, mas poderoso

Gabrielle White foi a única mulher entre 103 competidores nesta edição. Sua presença representou muito mais do que uma conquista esportiva — foi um avanço simbólico e real no espaço feminino dentro das Forças Armadas, onde os desafios não são apenas físicos, mas institucionais. White não apenas participou: ela concluiu o percurso que muitos homens não conseguiram.
Apesar da magnitude do feito, o Exército dos EUA não fez menção oficial à sua participação histórica. O silêncio institucional gerou questionamentos por parte da imprensa americana e levantou um debate sobre o reconhecimento das mulheres em ambientes predominantemente masculinos, especialmente quando elas rompem barreiras.
Mulheres em combate: uma trajetória de resistência
O feito de White não surgiu do nada. Desde 2015, com a liberação oficial da participação de mulheres em funções de combate, as Forças Armadas norte-americanas vêm sendo palco de mudanças graduais. Foi nesse mesmo ano que mulheres passaram a ser admitidas na Ranger School, o curso de elite que forma os Rangers. A tenente White se formou lá em 2022.
Ainda assim, resistências internas e discursos políticos contrários, como os do ex-secretário de Defesa de Donald Trump, Pete Hegseth, continuam a ecoar. Em entrevista recente, Hegseth afirmou que “ter mulheres em combate complicou o campo de batalha”, numa visão que contrasta fortemente com o desempenho de oficiais como White.
Hoje, Gabrielle White serve como oficial de infantaria no 3º Batalhão, 81º Regimento Blindado, e já possui condecorações como a Medalha de Serviço na Guerra ao Terrorismo, a Medalha de Defesa Nacional, a Insígnia Ranger e o Distintivo de Assalto Aéreo.
Seu nome agora ecoa como um símbolo de coragem e perseverança — não apenas no Exército, mas em todos os lugares onde ainda se duvida da força das mulheres.
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