UFF e Marinha avaliam alternativas de energia renovável para territórios isolados

Agência Marinha de Notícias (Divulgação)

Em uma parceria que une inovação e defesa nacional, a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Marinha do Brasil estão explorando a viabilidade do uso de energia renovável na Ilha da Trindade, um território isolado a 1,2 mil quilômetros do litoral do Espírito Santo. A pesquisa, conduzida na remota ilha, busca soluções sustentáveis para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e aumentar a autossuficiência energética.

Contexto e Importância da Ilha da Trindade

Localizada a 1,2 mil quilômetros da costa de Vitória, capital do Espírito Santo, a Ilha da Trindade é parte do arquipélago Trindade e Martim Vaz, um ponto estratégico fundamental para o Brasil. Além de sua importância para a defesa nacional, a ilha é um refúgio para diversas espécies da fauna e flora, algumas delas endêmicas. Essa combinação de fatores faz da Ilha da Trindade um local de grande interesse tanto para fins militares quanto ambientais.

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A Marinha do Brasil mantém uma base na ilha, onde realiza atividades militares e de monitoramento meteorológico, essenciais para a compreensão do clima e a prevenção de eventos extremos. Entretanto, a logística de manutenção desse território é complexa, uma vez que tudo o que é necessário na ilha — desde alimentos até combustível — deve ser transportado de navio e descarregado via botes, já que não há um porto. Essa situação faz com que a autossuficiência energética se torne não apenas uma questão de eficiência, mas de segurança nacional.

Metodologia e Resultados do Estudo

Tabela com os custos para implementação dos sistemas de energia renovável. Respectivamente: eólica associada a diesel, solar com baterias e eólica com armazenamento hídrico. Fonte: artigo “Viabilidade da integração de energia renovável em sistemas isolados no Brasil – Um estudo de caso na Ilha de Trindade (Espírito Santo, Brasil)”

O estudo conduzido pela Universidade Federal Fluminense (UFF), em colaboração com a Marinha do Brasil, focou na viabilidade de integrar fontes de energia renovável para suprir as necessidades energéticas da Ilha da Trindade. A pesquisa foi detalhada no artigo “Viabilidade da integração de energia renovável em sistemas isolados no Brasil – Um estudo de caso na Ilha de Trindade (Espírito Santo, Brasil)”, que explorou quatro alternativas principais: energia eólica associada ao diesel, energia solar com baterias, energia eólica com armazenamento hídrico, e energia fotovoltaica associada ao diesel.

Dentre as opções analisadas, a combinação de energia eólica com geração a diesel se destacou como a mais viável. Essa escolha se deve a fatores como o custo-benefício, a menor complexidade na instalação dos aerogeradores, e a capacidade de geração constante, inclusive à noite, o que reduz a necessidade de armazenamento em baterias. Além disso, a metodologia aplicada permitiu uma análise segura da viabilidade do projeto, indicando que a implementação pode ser feita de forma progressiva, ajustando-se à medida que o projeto avança.

Aplicabilidade e Futuro da Pesquisa

A pesquisa não apenas demonstra a viabilidade de utilizar energia renovável na Ilha da Trindade, mas também oferece uma metodologia replicável em outros territórios isolados do Brasil. O estudo utilizou fontes de dados amplamente disponíveis, permitindo que a Marinha, com seu corpo de engenheiros, possa aplicar a mesma abordagem em outras bases ou regiões que enfrentem desafios similares.

A adoção dessa tecnologia representa um passo importante para a autossuficiência energética em locais de difícil acesso, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e minimizando o impacto ambiental. No futuro, a implementação e os testes em campo dos aerogeradores e outros sistemas avaliados poderão servir como modelo para outras regiões isoladas, promovendo a sustentabilidade e a segurança energética em todo o território nacional.

Com informações da UFF.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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