A Operação CORE 21 (Combined Operations and Rotation Exercises) reuniu, durante 10 dias, tropas do Exército Brasileiro e do Exército dos Estados Unidos em cidades do interior de São Paulo (Taubaté, Lorena e Cachoeira Paulista) e do Rio de Janeiro (Resende). A maior parte do adestramento combinado foi concentrada no campo de instrução da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende. A atividade, além de manter os laços históricos entre os países, serviu para incrementar a interoperabilidade, a integração e a cooperação entre os dois exércitos.

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Com blindados, helicópteros, tiro real e cerca de 2 mil militares empregados, as tropas dos dois países compartilharam experiências e trocaram conhecimentos sobre doutrina e técnicas, táticas e procedimentos (TTP).

O Comando de Operações Terrestres (COTER), Órgão de Direção Operacional (ODOp) da Força, por meio da Chefia do Preparo da Força Terrestre (Ch Prep F Ter), foi responsável pela coordenação e supervisão da fase de planejamento da atividade, cuja execução coube ao Comando Militar do Sudeste (CMSE).

A Força-Tarefa (FT) Itororó, composta por integrantes da 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel), foi encabeçada pelo 5º Batalhão de Infantaria Leve (5º BIL), tropa certificada pelo ODOp e integrante das Forças de Prontidão (FORPRON) do Exército Brasileiro. As tropas norte-americanas da 101ª Divisão de Assalto Aéreo (101st Airborne Division) estão sob o comando dessa FT.

Exercício
Essa foi a primeira vez que o Exército dos EUA executou um exercício dessa envergadura com tropa na América Latina. A Operação CORE 21 é resultado de um programa de cooperação que estipulou exercícios bilaterais anuais até o ano de 2028. O apronto operacional das tropas e a cerimônia de abertura da CORE, com autoridades militares dos dois países, ocorreram no dia 6 de dezembro, na sede do 5º BIL, em Lorena (SP).

No dia seguinte, na sede do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em Cachoeira Paulista, ocorreu o assalto aeromóvel, um dos maiores já realizados no Brasil, empregando 22 aeronaves do Comando de Aviação do Exército (CAvEx). Na ocasião, os militares da FT realizaram a conquista e manutenção de um local estratégico (cabeça de ponte), a fim de conter o avanço de forças oponentes.

No dia 8 de dezembro, as tropas realizaram várias ações táticas, dentre elas, a realização do tiro defensivo com cerca de 130 militares empregados no adestramento, incluindo tiro real de artilharia, morteiros e blindados (veículos Cascavel e Guarani). Na Pista de Combate à Localidade (PCL) da AMAN, no dia 12 dezembro, a tropa investiu em uma localidade com edificações, tendo o objetivo de neutralizar a força oponente.

Nos dias 13 e 14 de dezembro, ocorreram o Tiro de Fração e o Tiro de Integração. O primeiro, em situação real de conflito, serviu para a manutenção da área conquistada. No dia 14, no Tiro de Integração, os militares brasileiros e americanos trocaram de armamento – a tropa do Exército Brasileiro atirou com fuzil M4 e os americanos com o IA2, da IMBEL. Ambos têm o mesmo calibre: 5,56 milímetros. Isso permitiu identificar melhores práticas voltadas para incrementar a interoperabilidade entre as Forças.

As atividades terminaram no dia 16 de dezembro, com uma formatura no pátio da AMAN. Na ocasião, militares brasileiros e americanos celebraram o fim do adestramento, certos de que outros mais virão.

Fonte: COTER

Marcelo Barros, com informações do Exército Brasileiro
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).