Recentemente, o estremecimento nas relações entre Brasil e Israel emergiu como uma fonte de preocupação significativa para o Exército Brasileiro. A tensão, que se desenrola no âmbito político-estratégico, coloca em xeque a continuidade de valiosos projetos de cooperação, especialmente aqueles ligados à transferência de tecnologia de ponta na área de defesa. Este cenário desafiador acena com a possibilidade de impactos negativos em acordos cruciais para a modernização e capacitação das forças armadas brasileiras.

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O Cerne da Questão

O cerne da preocupação reside nos projetos conjuntos em áreas críticas como armamentos e sistemas de comunicação, nos quais a tecnologia israelense desempenha um papel fundamental. Integrantes da força militar alertam para as consequências adversas que uma eventual deterioração completa das relações poderia acarretar, afetando a implementação e evolução dessas iniciativas colaborativas.

Avaliação Estratégica

Apesar das discussões estarem, por ora, limitadas à esfera político-estratégica, sem desdobramentos práticos imediatos, a situação é monitorada com grande atenção. Diplomatas e especialistas reconhecem que o setor militar estaria entre os mais impactados por uma ruptura, dada a importância dos equipamentos e programas israelenses para as capacidades defensivas do Brasil.

Perspectivas e Implicações

Segundo Paulo Roberto de Almeida, diplomata e professor, estamos diante de uma “guerra diplomática” entre governos que, por suas naturezas erráticas, tornam o futuro da colaboração bilateral incerto. Ele sugere que, enquanto os acordos comerciais podem permanecer inalterados, aqueles estabelecidos diretamente entre os Estados correm riscos de interrupção. Essa distinção entre transações comerciais e acordos governamentais é crucial para entender as possíveis trajetórias dessa relação.

O Silêncio e a Vigilância

Até o momento, o Exército Brasileiro manteve-se reservado, sem emitir comentários específicos sobre as tensões. Este silêncio reflete a delicadeza do assunto e a necessidade de uma avaliação cuidadosa dos próximos passos, à medida que as implicações de uma escalada no desentendimento poderiam redefinir aspectos importantes da política de defesa nacional e da cooperação internacional em tecnologia militar.

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).