Uma empresa sólida, com processos robustos e estratégia definida. Essas características garantiram a Taurus, mais uma vez, obter bom desempenho operacional no 3º trimestre de 2022, mesmo com a nova configuração do mercado.

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Conforme previsto, o mercado de armas nos EUA, maior do mundo e principal destino dos produtos da marca, dá mostras de que está se acomodando em patamar superior ao registrado antes de pandemia de Covid-19, com o NICS (National Instant Criminal Background System) – índice que representa a intenção de compra de arma de fogo nos EUA por meio da verificação de antecedentes feita pelo FBI – acumulado nos 9 meses de 2022 superando em 29,3% o verificado nos 9 meses de 2019. Os últimos dados do NICS mostram que entre janeiro e setembro desse ano foram feitas 11,9 milhões de consultas, 3º número mais alto já registrado para o período desde que esse sistema foi adotado, em 2000.

O mercado atual também é diferente do verificado nos últimos anos em termos de modelo de armas que o consumidor busca. As pistolas continuam com maior participação, porém o segmento de revólveres vem ampliando sua parcela de mercado de forma consistente, em virtude da menor oferta desse modelo de produto nos últimos dois anos. Os grandes investimentos realizados possibilitaram a adequação da Companhia às oportunidades que o mercado apresenta, com mix de produtos diversificado e flexibilidade na operação.

A Taurus é a maior produtora mundial de revólveres e tem o menor custo de produção para os seus produtos. Assim, a empresa está ampliando a participação desse produto no mix. No 3º trimestre de 2022, os revólveres representaram 25% do volume total de armas produzidos pela Companhia, com aumento de 5 pontos percentuais em relação ao trimestre imediatamente anterior, e essa participação segue em ramp up, com perspectivas de ganhar mais espaço na produção no decorrer dos próximos meses.

O processo de produção de revólveres demanda mais horas/homem do que o de pistolas, o que em parte justifica a redução de 38,8% no volume total produzido no 3º trimestre de 2022 em relação ao 2º trimestre de 2022. Ao mesmo tempo, os revólveres têm valor médio maior que o das pistolas, o que justifica o aumento da receita líquida em 2,3%, apesar do volume menor em 3,4% no mesmo período (3T22 x 2T22).

Considerando a atual configuração do mercado, a Taurus tomou outra decisão importante e firmou parceria com dois renomados fornecedores norte-americanos de armas, de modo a ampliar o portfólio e disponibilizar para os brasileiros as plataformas AR e AK, em calibre 9mm. Ambos os produtos já estão disponíveis no mercado local.

Com relação à nova unidade industrial na Índia, da joint venture com o Jindal Group – J Hind Taurus –, a 1ª fase está concluída e inclui, além da criação da infraestrutura para fabricação de armas leves, uma linha de tiro de classe mundial com instalações para testes e homologação. Estão sendo instaladas máquinas e equipamentos importados do Brasil e adquiridos localmente, incluindo infraestrutura de apoio, como laboratórios de metrologia e metalurgia. A produção na Índia ocorrerá com a transferência de tecnologia e o desenvolvimento de parceiros locais, atendendo ao programa Make In Índia, de modo a contribuir para a criação de um sistema de defesa sustentável e autossuficiente para esse país. A operação industrial visa atender ao grande mercado de defesa e segurança pública da Índia, além de participar do mercado civil, com a fabricação de pistolas e revólveres de calibres permitidos no país.

O potencial desse mercado e o interesse em produtos Taurus pôde ser confirmado na 12ª edição da DEFEXPO, maior exposição de tecnologias e produtos de Defesa e Segurança interna, terrestre e naval da Índia, que ocorreu de 18 a 22 de outubro. Com o estande da J Hind Taurus, foi possível apresentar seus produtos e ampliar o relacionamento com governos e Forças Armadas e Policiais de diversos países da região. Além disso, recentemente foi publicado edital para a aquisição pelo Ministério de Defesa da Índia de mais de 420 mil fuzis, a maior licitação para fuzis realizada no mundo nos últimos anos. A Taurus pretende participar dessa licitação e, para tal, já enviou, em 21 de outubro, o RFI (Request for Information) com os dados solicitados. Sua equipe de inteligência de mercado segue mapeando futuras licitações, tais como: 140 mil submetralhadoras e 120 mil unidades de armas diversas, entre pistolas, submetralhadoras e fuzis de calibre variados na esfera das forças policiais estaduais e paramilitares.

Os resultados apresentados pela Taurus no 3º trimestre de 2022 e acumulado de 9 meses de 2022 ficaram de acordo com o esperado: abaixo do registrado no período de auge do mercado, mas bem acima dos resultados anteriores à pandemia de Covid-19. A empresa teve forte desempenho operacional. Mesmo com menores vendas e a maior participação de revólveres no mix de produção, além da pressão inflacionária e do reajuste salarial (dissídio) de 12% concedido aos funcionários, manteve custos e despesas sob controle e alcançou margens bem superiores às de concorrentes internacionais. A margem bruta da Taurus foi de 45,9% no 3º trimestre de 2022, enquanto a Smith & Wesson divulgou seu último resultado trimestral com margem bruta de 37,3% e a Ruger, no 3º trimestre de 2022, de 27,9%.

O lucro líquido acumulado até setembro é de R$ 399,0 milhões, montante que supera em mais de 2 vezes (+105,4%) o lucro líquido ajustado de 2021 de R$ 194,3 milhões, integralmente distribuído aos acionistas na forma de dividendos. Com base no resultado do exercício de 2022, a Taurus irá distribuir dividendos de, no mínimo, 35% do lucro líquido ajustado, conforme seu estatuto social, podendo ainda elevar esse percentual, de acordo com a disponibilidade de caixa. A estratégia da Taurus sempre foi buscar o melhor retorno para seus acionistas. Nesse sentido, ao final do exercício de 2022, pretende criar reservas estratégicas que proporcionem a flexibilidade para realizar outros pagamentos de remuneração aos acionistas, eventualmente com maior frequência no decorrer do ano, e/ou realizar recompra de ações.

Ao mesmo tempo, os investimentos continuam sendo feitos, preparando a Taurus para se consolidar como uma empresa cada vez mais eficiente e moderna, que desenvolve alta tecnologia e conta com maquinários e equipamentos no estado da arte em suas linhas de produção. Esses investimentos foram integralmente financiados com recursos próprios, em virtude de sua característica de empresa com forte geração de caixa. Em 2021 foram investidos R$ 181 milhões, sendo R$ 113 milhões em máquinas e equipamentos. Nos nove primeiros meses de 2022 o ritmo foi até mais forte, com investimentos de R$ 149 milhões, com R$ 103 milhões em máquinas e equipamentos. Algumas dessas máquinas e equipamentos, no valor de R$ 40 milhões, foram entregues no final do 3º trimestre de 2022. Parte delas já está em operação no prédio 2 da unidade industrial de São Leopoldo, construído no terreno adjacente à sede da Taurus. Confirma-se, assim, o acerto da decisão de adquirir essa área em dezembro de 2021, permitindo a expansão das operações.

Parcela significativa do saldo investido foi destinado a P&D, em linha com a estratégia de ter a tecnologia como palavra-chave na Taurus. Dessa forma, o CITE – Centro Integrado de Tecnologia e Engenharia Brasil/EUA – está sempre desenvolvendo e apresentando ao mercado novos produtos que incorporam tecnologias inovadoras e garantindo qualidade com preços competitivos. Depois de lançar a pistola GX4 Graphene, que colocou o Brasil como pioneiro no uso do grafeno em componentes de uma arma, outros projetos estão em andamento, como a aplicação de nano partículas de nióbio, de DLC (Diamond Like Carbon) e de polímeros de fibras longas.

A Taurus investiu também no desenvolvimento de pessoas, o que é essencial para a modernização da Companhia e o crescimento pessoal dos colaboradores. Nos programas de capacitação oferecidos, tem atualmente 21 alunos no MBE de Engenharia de Sistema Taurus, cinco no Mestrado de Engenharia de Sistemas Taurus, um fazendo Doutorado, além de novas oportunidades que estão sendo disponibilizadas, com vagas adicionais para mestrado e doutorado.

Esses aspectos – pessoas, tecnologia & inovação – se somam ao engajamento de um ambiente colaborativo para formar o tripé que sustenta sua visão ESG. Como indústria Estratégica de Defesa, a Taurus é, essencialmente, voltada para os temas ESG. A segurança nacional, a segurança pública e a segurança das pessoas são temas relacionados à estabilidade e sustentabilidade social, por meio da defesa da liberdade, dos direitos humanos e da ética. Mais uma vez, a Taurus está sendo pioneira em seu setor, criando a cultura ESG, trazendo para dentro da Companhia essa questão de maneira formal.

Depois de realizado o levantamento de seu posicionamento em termos ESG por consultoria internacional, a empresa montou uma área dedicada, um grupo de trabalho multidisciplinar voltado para esses temas e o Comitê ESG, formado por toda a alta direção. Os trabalhos já realizados envolvem a elaboração da matriz de materialidade, a elaboração de indicadores ESG e o mapeamento e quantificação de dados para preparação do inventário de emissão de gases do efeito estufa da Taurus. Está também se preparando para elaborar o seu primeiro Relatório Anual de Sustentabilidade que será apresentado entre os meses de abril e maio de 2023.

“Os planos traçados quando a atual gestão assumiu a Companhia, em 2018, seguem se concretizando, com nosso planejamento voltado para o crescimento, com eficiência na operação e rentabilidade. Dividimos com todos os nossos acionistas e parceiros de negócio a satisfação de ver o brilho nos olhos dos funcionários, ver essa realidade acontecendo na Taurus, em espaço tão curto de tempo a partir do turnaround da Companhia. Isso nos dá a certeza de que valeu a pena todo o esforço dedicado. Contamos, para seguirmos nesse caminho, com o apoio de nossos acionistas, conselheiros, colaboradores, clientes e parceiros, a quem agradecemos”, afirma Salesio Nuhs, CEO Global da Taurus.

A empresa ainda comenta no relatório de resultados sobre os atuais cenários políticos nos seus principais mercados de atuação. Nos EUA, no dia 8 de novembro, acontecem as eleições para renovar parte do Congresso, com disputa para todas as 435 vagas na Câmara, 1/3 dos assentos no Senado, além de 36 dos 50 cargos de governador estadual. Normalmente, o mercado de armas nos EUA experimenta aquecimento da demanda durante períodos de eleições em razão do receio do consumidor de que novas medidas de controle das armas venham a ser adotadas depois da posse dos novos eleitos.

De acordo com a Taurus, o risco de que quaisquer medidas de controle que possam ser adotadas nos EUA venham a afetar negativamente os seus negócios é baixo, pois os aspectos de maior discussão envolvem outras categorias de armamentos. Ainda, a atual Suprema Corte dos EUA é composta por 9 membros, sendo 6 juízes indicados por Ex-Presidentes Republicanos e 3 indicados por Ex-Presidente ou Presidente Democratas. Caso o resultado do pleito indique aumento da força política do partido Democrata nos EUA, os resultados das eleições podem se refletir em aumento da demanda pelos produtos da Taurus.

No Brasil, o dia 30 de outubro de 2022 marcou a vitória nas eleições presidenciais do candidato Luiz Inácio Lula da Silva, representando a volta da esquerda ao poder, em um cenário de estreita margem de pouco mais de dois milhões de votos em relação à direita, que contou com o apoio de 58,2 milhões de pessoas, 49,1% do eleitorado. Para 2023, a Taurus se posiciona de maneira conservadora e prudente, preparada para vivenciar no País um ambiente de maior questionamento com relação ao direito à legitima defesa e à liberdade, no que diz respeito à posse e ao porte de armas. Além disso, o mercado se prepara para uma desaceleração da economia, com o período de adaptação e avaliação do posicionamento do novo governo e a diminuição da demanda interna como impacto da política anti-inflacionária de altas taxas de juros no Brasil. A previsão do Banco Central para 2023 é de redução da taxa de crescimento do PIB brasileiro.

Quanto ao Legislativo, pela composição e representatividade dos políticos alinhados com a direita conservadora, há um posicionamento mais favorável. A expectativa é que, no próximo ano, temas relacionados ao segmento de atuação da Taurus terão muito mais apoiadores, tanto na Câmara como no Senado. Os partidos da direita passam a ocupar 50% das vagas da Câmara e 44% das cadeiras do Senado Federal. O Partido Liberal (PL), de Jair Bolsonaro, terá a maior bancada de ambas as casas, com 99 deputados eleitos (23 a mais que a bancada atual) e 15 Senadores (8 a mais que a bancada atual).

Antes do atual governo, muitos brasileiros não sabiam sobre a possibilidade de adquirirem armas e os CACs (caçadores, atiradores desportivos e colecionadores), adeptos à manutenção desse direito, passaram a representar um eleitorado importante, inclusive com grande representatividade no Congresso. De forma inédita, o Congresso brasileiro tem hoje uma bancada formada por antigos apoiadores e novatos que são, segundo a avaliação inicial do time de inteligência de mercado da Taurus, em sua maioria favoráveis ao setor de atuação da Companhia. Em governos passados do partido agora eleito para a Presidência, proposições desfavoráveis ao setor não foram aprovadas. A atual composição do Congresso indica que será ainda mais difícil para o Executivo agir no sentido de buscar aprovação de pautas restritivas ao setor.

É importante, ainda, ratificar que o objeto em discussão relacionado ao direito de aquisição e posse de armas envolve aqueles produtos considerados de uso restrito, que representam pequena parcela da receita da Taurus, ainda que tais produtos tenham um público representativo no País.

“A Taurus segue comprometida com seu planejamento estratégico e, ao mesmo tempo, se manterá vigiante e atuante no Congresso Nacional, buscando sempre defender, de forma responsável, os interesses da indústria e do comercio de armas no Brasil. Afinal, a Companhia atua em uma atividade legal, que gera mais de 6 mil empregos diretos e 60 mil empregos indiretos no País e recolhe aproximadamente R$ 1,2 bilhão em impostos por ano; desenvolve tecnologia nacional de ponta, exportando para o mundo; e colabora com a balança comercial brasileira, já que o setor é amplamente exportador”, explica Salesio Nuhs.