Submarinos nucleares: tecnologia estratégica e mercado em expansão

Programas estratégicos como o desenvolvimento de novos submarinos demandam previsibilidade orçamentária – Imagem: Marinha do Brasil
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No cenário da defesa global, submarinos nucleares são protagonistas de uma corrida tecnológica e estratégica. Países como Estados Unidos, China e Rússia lideram um mercado bilionário que deve atingir US$ 57,5 bilhões até 2034. Com alto impacto no equilíbrio militar, essas máquinas submarinas são mais do que ferramentas de guerra: são marcos de soberania e inovação.

Submarinos nucleares: poder estratégico e avanços tecnológicos

Os submarinos nucleares se dividem em duas categorias principais: os submarinos de ataque com propulsão nuclear (SSN) e os submarinos de mísseis balísticos movidos a energia nuclear (SSBN). Os SSNs são projetados para missões de caça e destruição de outras embarcações e submarinos, enquanto os SSBNs têm como função primária a dissuasão nuclear, patrulhando silenciosamente os oceanos com armamentos de alto poder destrutivo.

A relevância estratégica dessas embarcações é inegável. Sua capacidade de operar por longos períodos sem necessidade de reabastecimento, aliada à furtividade em águas profundas, torna os submarinos nucleares ativos essenciais para projeção de poder e equilíbrio militar entre nações. Contudo, desenvolver e operar essas máquinas exige o domínio de tecnologias de ponta, como sistemas de propulsão nuclear, sensores avançados e armamentos de precisão, além de significativos desafios logísticos e financeiros.

Panorama do mercado global de submarinos nucleares

O mercado global de submarinos foi avaliado em US$ 37,3 bilhões em 2024 e deve crescer a uma taxa anual composta de 4,4% até 2034, segundo o relatório Global Submarine Market Forecast 2024-2034. Espera-se que o setor alcance US$ 57,5 bilhões em 2034, acumulando um total de US$ 504,6 bilhões ao longo da década.

Cerca de 79,6% desse mercado está concentrado no desenvolvimento de SSNs e SSBNs, com a América do Norte dominando o segmento (44,1%), seguida pela Ásia-Pacífico (29,4%) e Europa (22,3%). A crescente demanda por modernização de frotas submarinas e a necessidade de fortalecer a dissuasão estratégica impulsionam os investimentos, com Estados Unidos, China, Austrália, Índia e Rússia liderando os gastos.

Os protagonistas e o papel do Brasil no setor

Entre as nações que dominam o mercado, os Estados Unidos destacam-se com o maior orçamento de defesa global, atualmente estimado em US$ 841,4 bilhões. A China, por sua vez, expande rapidamente suas capacidades submarinas, enquanto a Rússia continua investindo em novas classes de submarinos, como os Yasen e Borei, mesmo em meio às pressões da guerra na Ucrânia.

O Brasil, embora ainda distante das potências tradicionais, busca se consolidar no seleto clube de países com capacidade de produzir submarinos nucleares. Por meio do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), o país caminha para lançar seu primeiro submarino de propulsão nuclear, o Álvaro Alberto. Esse projeto, uma parceria com a França, representa um marco na construção naval nacional e na ampliação da autonomia tecnológica em defesa.

A inserção do Brasil no mercado global de submarinos nucleares é um passo estratégico para fortalecer sua soberania marítima, proteger riquezas como o pré-sal e se posicionar como um player relevante na geopolítica internacional.

Com informações da Petronotícias.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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